domingo, novembro 29, 2009

Por que eu amo 'Arquivo X'?

"Time passes in moments. Moments which, rushing past, define the path of a life, just a surely as they lead towards its end. How rarely do we stop to examine that path. To see the reasons why all things happen. To consider whether the path we path in life is our own making, or simple one into which we drift with eyes closed. But what if we could stop? Pause to take stock of each precious moment before it passes. Might we see the endless forks in the road that have shaped a life, and, seeing those choices, choose another path?"

Essa é, textualmente, a fala de Scully na primeira cena de 'All Things', o episódio escrito e dirigido por Gillian Anderson na sétima temporada na melhor série de todos os tempos. Não apenas ela fez isso. David Duchovny roteirizou diversos episódios, sozinho ou com o criador da série, Chris Carter. São antológicos 'O Anti Natural' e 'Hollywood D.C.', além de alguns da própria mitologia da série. William B. Davis ('O Canceroso') escreveu e dirigiu 'En Ami'. Por que isso? Em 'Arquivo X', todos viviam aquilo de coração e alma. Cada produtor escreveu pelo menos um roteiro pra série. Trabalhar pra AX passou a ser o ponto máximo no currículo de alguém. Se a pessoa tinha passado pelo altíssimo crivo de qualidade daquele pessoal (veja a quantidade de prêmios que a série colecionou em nove anos), estava pronto pra qualquer trabalho.

Engana-se quem pensa que AX só abordava histórias sobre alienígenas, teorias de conspiração e monstros. Era uma sopa primordial, de onde saíram todas as grandes séries da década seguinte. Você não concorda? Vejamos.
1) Scully vivia atrás de provas, analisando evidências, fazendo perícia: CSI, que deu origem a mais um monte de série de perícia.
2) AX mostrava como antigos casos podem ser resolvidos a partir de uma nova pista e que Mulder se envolvia emocionalmente com as vítimas por causa da perda da irmã: Cold Case.
3) A série abordava casos relacionados à paranormalidade: Supernatural.
4) Os agentes Mulder e Scully, do FBI, investigavam frequentemente pessoas que desapareciam sem deixar vestígios: Without a Trace.
5) Scully foi inspirada em Clarice Starling, que queria trabalhar com perfil de criminosos, o mesmo que Mulder fazia antes de encontrar os Arquivos X. Em Criminal Minds, fazem exatamente isso.
6) O relacionamento platônico de Mulder e Scully durou anos, pra desespero dos shippers. Vemos um envolvimento semelhante entre Booth e Brennan, de Bones, mas ali resolveram suavizar porque o que havia entre Mulder Scully era único.
Quando eu digo que AX fez história, as pessoas não entendem...

terça-feira, novembro 17, 2009

Ontem foi dia de estrela

Recentemente eu terminei uma história. Gostei tanto dela, mas tanto, que ando compartilhando a mesma com pessoas escolhidas a dedo. Tenho minhas razões pra não sair passando meu 'livro' de mão em mão, mas o que importa no momento é uma frase de um cara que diz ali: 'existe família de sangue e família de coração. Nem todo mundo merece a família de sangue, mas a de coração é 100% genuína'. Ele estava 100% certo, a meu ver. Eu adoro esse personagem, por inúmeras razões, mas essa frase dele, dita no funeral da esposa, nunca me sai da cabeça. Eu sou péssima com citações, inclusive o que escrevo, mas essa frase realmente ficou, porque eu tenho mesmo duas famílias, uma de sangue, outra de coração.

Todos da família de coração, longe ou perto geograficamente, lembraram do dia de ontem, alguns com dias de antecedência, uma com um dia de atraso (se ela tivesse telefonado ou enviado email ontem, teria sido a verdadeira surpresa porque geralmente entra em contato depois. Coisa de família e eu a amo do jeito que ela é). Teve até a turma da escola, deixando mensagem no Orkut (e eu não vejo a maioria das meninas há quase 18 anos). Minha família de coração é um presente por si só. E eu espero que cada um deles saiba disso, porque foram essas pessoas que me mantiveram de pé, nas mais tenebrosas horas.

Obrigada, família.



(Falando em citação: 'Olhai os lírios do campo ... como eles crescem; não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, com toda a sua glória, se vestiu como um deles' Mt 6:28,29.)

sexta-feira, novembro 06, 2009

Saudade de um certo William

"I hate the way you talk to me and the way you cut your hair.
I hate the way you drive my car.
I hate it when you stare.
I hate your big dumb combat boots and the way you read my mind.
I hate you so much it makes me sick.
It even makes me rhyme.
I hate the way you're always right.
I hate it when you lie.
I hate it when you make me laugh.
Even worse when you make me cry.
I hate it that you're not around and the fact that you didn't call.

"But mostly I hate the way I don't hate you.
Not even close, not even a little bit, not even at all
."

Se você não lembra, em '10 things I hate about you' o professor de Literatura havia passado um trabalho baseado na obra de Shakespeare e Catherine seguiu as instruções ao pé da letra. Neste poema, ela deixa bem claro que a cada vez que cada 'I hate' pode ser facilmente substituído por 'I love'.

Séculos se passam e 'A Megera Domada' d'O Bardo continua tão divertida quanto sempre. Como há muito tempo eu desisti de entender muitas obras complexas, fico com as comédias de Shakespeare. Seja em 'A Gata e O Rato' (a primeira adaptação que vi foi naquela série de TV), seja com Julia e Heath, 'Catherine' e 'Petruchio' continuam atuais. Assim como minha citação predileta dessa peça: 'Não se bane uma afeição do coração com reprimendas'.

Mesmo porque, toda vez que eu assisto '10 things...', me dá saudade de Heath Leadger.

Do Balaio Porreta

A JORGE GUINLE FILHO
Tanussi Cardoso
em memória
[ in Viagem em torno de, 2000 ]

O que acontecerá aos céus
quando se morre um artista?
Que silêncios, que gritos
Que deuses riscam os ventos
quando se morre um artista?
O que dizer aos filhos
Aos pássaros, ao poema
quando se morre um artista?
Que pintura tão linda
Que natureza tão vil
Que fala tão amarga
quando se morre um artista?
Noiteluzsomdiapasãoharmoniavendavalfuracão?
O que sobra da vida
quando se morre um artista?

domingo, novembro 01, 2009

Eu indico: Muse!


Estou falando do álbum 'The Resistance', que me foi indicado por Vicky (ela está contando os minutos pra ir a Dublin essa semana e ouvir mais de uma dessas músicas ao vivo). 'Uprising' abre o CD criando uma expectativa e tanto. 'Undisclosed Desires' está incrível. Vem seguida de 'United States Of Eurasia' (ter Chopin executado numa faixa de rock é, no mínimo, atrevido). Uma das grandes maravilhas do CD é justamente ter piano, vocais e cordas em mais de uma faixa,, e não apenas percussão e cordas. Você já percebeu que muitas bandas de rock ou querem fazer solo com guitarra, ou melodia comercial? Essa banda parece que não. Estão fazendo arranjos!

Como eu não chego ao cúmulo de dizer que entendo de música, mas gosto do que escuto, eu digo que gosto do Muse. Pessoas que entendem de música me indicaram Muse. Vicky foi a primeira, secundada por Fernanda. Aliás, Fernanda me deu uma dica excelente: escrever ao som de Muse. Valeu, Nanda. Achei a trilha sonora da próxima história. A última foi ao som de 'Black Holes and revelations'. Vejamos o que sai com 'The resistance'. Se for algo como a última aventura (que eu cheguei a chamar de 'livro'), talvez eu pense eu imprimir. Só talvez.

(O nome da banda não é mera coincidência, portanto)