Finalmente eu assinei meu contrato de prestação de serviços com a prefeitura do município onde estou trabalhando. Pela primeira vez, em oito anos de PSF, eu vi escrito que o contrato não me dá direito a nada e que eu posso sair quando quiser, sem pegar uma multa. Preto no branco. Sem direito a direitos trabalhistas e mantida com aquele salário por causa do Governo Federal que repassa a verba.
Eu já sabia disso, mas muitos dos meus colegas não sabem. As pessoas ainda não acreditam quando eu digo que minha carteira de trabalho nunca foi assinada e que u não tenho direitos. Aquele deputado descobriu a América ao constatar que 80% dos vínculos empregatícios na área médica são assim. Pelo menos esse município avisa claramente, não faz como certa prefeitura onde trabalhei quando recém-formada. 'Poderão ser atribuídos ao contratado os mesmos direitos dos funcionários concursados em cargo igual ou equivalente' significou receber os direitos enquano a secretária de saúde era uma profissional de saúde decente. Quando ela foi demitida e colocaram alguém da família do prefeito, deixamos de ter os mesmos direitos.
Não, anônimo leitor, não tente entender. Meu sindicato começou a se mexer no ano passado porque chegamos ao limite. Se você tem alguém que pensa em fazer Medicina, eu recomendo que a pessoa leia o antigo blog e os posts desse aqui, com o marcador 'ser médica'. Não pretendo desestimular, mas não quero que ninguém quebre a cara, imaginando que as pessoas ainda respeitam a nobre arte. Bom, algumas ainda respeitam, mas são poucas.
(Quando o sindicato resolver a questão dos vínculos empregatícios, eu acerto as contas com eles. Na época do contrato onde estava escrito 'poderão', eles nem se mexeram.)
Oi,
ResponderExcluirapesar da especificidade de seu blogue, acredito que o seu alcance extrapola a área médica, quer por seus toques literários, quer por sua experiência de vida. E grato pelo comentário no Balaio, posto há pouco tempo.
Um abraço.