Seguindo em frente
Nada acontece por acaso. Conhecer você não foi por acaso. Foi em uma das fases mais difíceis de minha vida e eu superei, em parte, graças a "Crônicas de quase amor". Essas semanas não têm sido fáceis, mas saí de casa hoje pra falar com você.
Acontece que moro numa cidadezinha de interior e é dia de feira. Sabe você, paulista, o que é uma dia de feira? É um caos, todos os carros (e seus motoristas sem prática) saem às ruas. Não há onde estacionar. O sol cozinha o pouco miolo da gente porque a gente perdeu a hora dormindo.
Acabou que eu voltei pra casa, deixei o carro e saí de novo. Peguei um moto-táxi (coisa que você desconhecia a existência e eu a-bo-mi-no devido ao risco de acidentes) e estou numa lan house (outra ação que evito porque sou meio paranóica com senhas). Ouvindo alguém num desses sons de rua, falando de Che Guevara e dos excluídos.
Pode parecer um esforço mínimo, mas preciso lhe dizer que quando um depressivo como eu está em crise, a sensação exata é de estar de luto, que uma pessoa amada acabou de desencarnar, falecer, ou qualquer expressão que se use.(Se alguém ler isso vai me esculhambar, mas somos pessoas realistas e não podemos fingir que não aconteceu)
Acho que você (desculpa a intimidade) merece meu esforço. Você que me mandou um cartão de Natal, que escreveu dedicatória nos livros que comprei e que escreverá nos outros que comprarei. E, embora seja improvável que venhamos a nos conhecer pessoalmente, você tem me dado mais alegrias que a maioria das pessoas que convivem comigo pessoalmente.