sexta-feira, julho 24, 2015

Keep Calm

Ainda sem chorar

Ontem, voltei ao posto pra fechar a produção. A dor de ler a história de cada pessoa que atendi nos três últimos dias, de ver escrito 'retorno em...' e saber que essa pessoa não vai ter um médico para reavaliá-la quase acabou comigo. E eu não chorei, e meu estômago não doeu. Dessa vez, eu fiz meu trabalho, recolhi meu calendário pintado por pés e bocas, peguei o lanche que tinha esquecido no dia anterior e fui-me embora.

Hoje, eu limpei o mato da entrada que crescia há meses, pensando em alternativas de suicídio, investimento na clínica particular ou transferência pra outro município. Varri a casa. Troquei os lençóis da cama, tentei falar com o marceneiro pra instalar a porta do corredor que espera há meses, arquivei as contas, inaugurei a colcha de sofá que meu irmão comprou de encomenda pra mim, molhei as orquídeas, coloquei o lixo pra fora. Dormi, dormi, dormi. Organizei o fichário eletrônico dos pacientes da clínica, fiz a lista de tarefas pra amanhã, tomei meus remédios. Nada que indique uma descompensação.

Tudo que eu queria era ficar atendendo num sítio perto de casa. Outros querem ser grandes e famosos. É crime querer tão pouco?

quarta-feira, julho 22, 2015

Sem lágrimas

Hoje eu recolhi tudo e pedi transferência do município. Deixei bem claro à gestora do porquê, consegui ignorar a maioria das ironias, apesar de ficar tremendo, é só voltarei lá porque tenho que fechar a produção. Sem produção não tem salário. Depois, ocorreu-me que ambas foram propositalmente me interrogar sobre os dias que faltei por motivo de doença pra puxar assunto após assunto até acontecer o que aconteceu. Quem sabe é o que eu preciso pra enfrentar a clínica de uma vez.

O interessante é que eu não chorei nem uma vez.

segunda-feira, julho 13, 2015

Repita comigo


Já se foram oito quilos. Faltam...

sábado, julho 11, 2015

Alívio II

Uma vez eu falei que precisava encontrar um serviço de clínica oncológica com boa vontade, pra atender os pacientes rápido. E encontrei! Mês passado, uma paciente minha apareceu com uma mamografia sugerindo um câncer de mama e, pra complicar, a mamografia já estava com seis meses! É uma paciente jovem, que toda vez que faz mamografia dá alteração, então precisa fazer o exame a cada seis meses (e não a cada ano), mas o hospital demorou a dar o laudo e quando ela recebeu eu estava de licença-médica, depois de férias (eu tenho direito a férias!) e só agora eu vi a tal mamografia. Entrei em contato com um colega oncologista, mas ele não atende mais em Recife e me indicou o Hospital do Câncer de Pernambuco. Para minha surpresa, a responsável pela marcação de consultas na secretaria de saúde disse que eles têm um programa de triagem que atende na mesma semana. E a paciente foi, mesmo, atendida dois dias depois! Minha alegria não é maior porque o hospital-escola onde estudei teve que suspender os tratamentos de quimioterapia por falta de verba. E como ele, existem outros.

sexta-feira, julho 10, 2015

Inside Out

Ano passado, fui convencida a desistir da minha primeira verdadeira viagem de turismo pra ir à primeira Comic Con brasileira. Valeu cada instante. Duas lembranças imediatas sempre me vêm à mente quando me lembro daquela viagem: conhecer Darth Vader e ser apresentada a 'Divertida mente'. Afinal, dar de cara com minha representação do Mal e ver o presidente da Pixar ao vivo tinham que deixar alguma impressão, boa ou ruim.

Gostei tanto da ideia de 'Divertida mente' que coloquei as imagens dos personagens na porta da geladeira e comecei a contar os meses pra estreia do filme. Não consegui ver na estreia (lotado), nem no fim de semana seguinte, mas vi, finalmente. E precisei de dias pra abarcar a dimensão daquilo. Como alguém comentou comigo: não é filme pra criança. É filme, ponto.

Mais livros

Eu e meu hábito compulsivo de ler já provamos que um iPad e os livros nele contidos não são suficientes para um mera viagem de 24 horas. Sempre aparece um livro interessante, ou dois.


Resultado: agora eu me assusto com o som dos passarinhos (dinossauros são mais pássaros que répteis, lembra?), aumentou a saudade de Michael Chichton e descobri Isaac Asimov.

quarta-feira, julho 08, 2015

Matando saudades


Contando a partir de ontem 201 dias para a estreia da décima temporada!!!! Dá pra rever um episódio por dia. ;)