domingo, outubro 25, 2009

Presente atrasado

Passei a semana ganhando presentes. Apenas um foi declarado como 'pelo Dia do Médico': um girassol. O resto foi inesperado e por isso mesmo, mais que bem vindo. Um email do meu irmão, que não me cumprimentou pela data, mas lembrou de mim, uma encomenda de Grissom's Girl, que incluiu o livro de William Bonner no pacote (e valeu um telefonema pra Brasília, claro), pequenas e grandes coisas. A última foi essa aqui:

And the winners are:

ACTOR IN A PRINCIPAL ROLE - PLAY (Tie)
William L. Petersen - ``Blackbird'' - Victory Gardens Theater
Larry Neumann, Jr. – “A Moon for the Misbegotten” – First Folio Theatre


fonte: http://www.variety.com/article/VR1118010128.html?categoryid=15&cs=1&ref=bd_legit

Eu me esqueci que a premiação do Jefferson Award era no dia 19 de outubro. A última semana foi a Semana Nacional de Combate à Hanseníase no Brasil e isso me sobrecarregou deveras. Não tive tempo de checar metade das novidades nos sites habituais. Pra completar, o computador deu pau. Acho que foi algum programa malicioso ou vírus. A Microsoft ou o Norton resolveram em algumas horas, mas eu bem que esquentei a cabeça ontem. Fiquei até sem MSN. Ainda bem que tudo se resolveu e eu consegui falar com Vicky, finalmente de volta à internet em tempo integral, feliz da vida com o netbook novo. Foi mais um dos presentes da semana.

Eu adoro presentes de desaniversários. E você, anônimo leitor?

domingo, outubro 18, 2009

Amar é...


Amar é dizer 'não'. Amar também é dizer ‘não é da minha conta’, como me ensinou Suzi. “Como uma médica diz ‘Não é da minha conta’?”, você se pergunta. Eu respondo. Quando você tem uma saúde praticamente perfeita até entrar numa faculdade de Medicina. Exceto por uma compreensível cólica menstrual, eu era saudável até ser aprovada no vestibular de Medicina. Era mesmo! Então... Vieram rinite, sintomas de depressão, ansiedade, gastrite e meu peso? Eu entrei na faculdade tão magra que era, pelos cálculos do índice de massa corpórea, abaixo do peso ideal. Isso mesmo! O stress do vestibular me deixou tecnicamente desnutrida. Eu, com uma família obesa, que sempre tive tendência pra engordar, entrei na faculdade abaixo do peso normal. Terminei a faculdade 14 quilos mais gorda, mas estava dentro da faixa indicada. A essa altura, eu tinha rinite alérgica, doença do refluxo gastro-esofágico, tinha transtorno bipolar e havia tomado um monte de antidepressivos. Desde então, eu devo ter usado tudo que a indústria farmacêutica lançou pra tratamento de depressão, exceto os tricíclicos. Bem, faltou o eletrochoque, mas foi cogitado. Depois, descobriu-se que eu tenho uma intolerância a lactose. Como assim? Eu tomei leite a vida inteira! O pior é que tenho mesmo. O nariz coça quando eu como alguma coisa com leite, dá pra acreditar?

No ano passado, eu também tive que aprender a dizer ‘chega’. Quando eu estava no ginásio (que agora tem outro nome), eu tinha aulas de teatro. Assisti a uma peça de outra turma, em que uma médica atendia diversos pacientes. Ela curava todos, mas funcionava assim: se o paciente tinha uma tosse, saía de lá sem a tosse e a médica atendia o paciente seguinte tossindo. Se o paciente seguinte tinha uma coceira, a médica ficava se coçando. Era muito engraçado pra nós na platéia, mas relembrando, se parece muito comigo. Por que eu consegui crescer numa família com tendência a obesidade, aprendi a comer corretamente, me exercitava, e só depois de me formar e sair da casa de minha mãe eu comecei a engordar? Uma das muitas respostas está na minha profissão. Claro que resolver minha própria dieta e ter um carro ajudou, mas o estresse interferiu nisso. Os problemas dos outros passaram a ser os meus. A cada vez que alguém não queria assumir a responsabilidade pela própria saúde, era eu quem me preocupava e perdia meu sono. Eu não sabia dizer ‘não é da minha conta’. Isso se chama ‘delegar responsabilidade’ e é uma das maiores qualidades de um líder ou de um gerente. Eu não nasci pra liderar e não sou uma boa gerente. Não nasci pra trabalhar em grupo porque raramente encontro pessoas confiáveis. Quando encontro, é maravilhoso, mas é realmente difícil.

Portanto, quando a gente fica engolindo tudo calado, quando não diz o que fica atravessado na garganta, quando aceita tudo de cabeça baixa, diz ‘sim, senhor’, ‘não, senhor’, como ensinaram na escola ou porque foi a educação que nos deram, afinal ‘obedeça aos mais velhos’ e porque ‘honrar pai e mãe’ faz parte dos 10 mandamentos, algumas conseqüências virão. Comigo, a conseqüência foi engordar e adoecer seriamente. Eu nunca vou poder agradecer o suficiente ao médico do INSS que me afastou. Eu não pedi pra ser afastada, eu queria pedir demissão. Foi a prefeitura que pediu que eu me afastasse para tratamento. Esse médico disse que eu me afastasse antes que eu cometesse um erro que custasse a vida de alguém. Eu me lembro que eu estava tão mal que entrei na consulta com um livro de sonetos de Shakespeare e encontrei algo que era perfeito:

Soneto 101
(Shakespeare)

Oh! Tende dó de mim, atendei meus anseios:
Com a Fortuna ralhai, deusa que me extravia,
Que não me deparou outros melhores meios
Que esses, com que a gente, ai! boas maneiras cria.
Daí vem que o meu nome um ferrete degrada,
E a minha vida, como a mão do tintureiro,
Sob a ação do que faço anda sempre manchada.
Piedoso, me fazei ser o que era primeiro.
Não há poção, paciente enfermo, que eu não beba,
Desde que espere ser minha infecção curada.
Sofrerei o amargo pior que se conceba,
E a penitência pior, como remédio dada.
Tende dó de mim, pois, caro amigo, e sabei
Que outro meio melhor de sarar não terei.



Dessa forma, eu descobri que pra ser médico, a gente precisa também amar a si mesmo. Não é muito diferente de ‘amar ao próximo como a si mesmo’. Recentemente eu terminei um livro. Um dos escritos impublicáveis. Nele, uma mulher diz a alguém: ‘Preciso ser generosa comigo pra ser generosa com os outros, sabe? É isso que significa amar ao próximo como a si mesmo’. Se eu conseguir me lembrar disso na prática da Medicina, terá valido escrever cada uma das 356 páginas e continuar assim: sendo escritora, pra poder ser médica, honrando os juramentos, hoje e sempre.

Juramento de Hipócrates
Declaração de Genebra

Dia de Sol


A gente nunca se lembra, mas o sol é uma estrela de quinta grandeza, portanto, hoje também é dia de estrela. É dia de São Lucas. Quando me vejo numa grande complicação na profissão médica, eu me lembro desse santo. Lucano passou boa parte da vida lutando contra Deus, tentando vencê-lo na luta contra a morte no exercício da Medicina. Ele não queria ser maior que Deus. Ele queria ser mais compassivo que Deus, porque achava que Deus não era piedoso, via Deus como um ser indiferente ao amor que as pessoas sentiam umas pelas outras, que não prezava a vida dos inocentes que sequer haviam cometido qualquer pecado para merecer morrer em tenra idade, por exemplo. Dessa forma, Lucano se dedicava a manter as pessoas com saúde e fez mais de um milagre sem perceber. Tratava as pessoas de graça, libertava escravos, fazia caridade, sem perceber que fazia a obra de Deus. Não percebia que fazia milagres. Acreditava em Deus, não acreditava no amor de Deus. Lucas, como passou a ser chamado, não era judeu, mas grego. Os gregos tinham muitos deuses e um altar para o que chamavam de 'deus desconhecido', sem qualquer imagem. Era esse 'deus desconhecido' que Lucas, que nasceu e cresceu na Antioquia, combatia porque o conhecia muito bem, pois seus pais foram escravos libertos de romanos numa terra de judeus devotos a esse Deus. Muitos anos se passaram até Lucas entender como funciona o mundo, quais as razões de tudo acontecer como acontece, que ele era um instrumento de Deus e que foi preciso que ele perdesse pessoas queridas pra se dedicar totalmente a cuidar dos entes queridos de outras pessoas. Ele precisava sofrer pra entender o sofrimento alheio. É por isso que na missa de formatura, nós lemos isso:

Eclesiástico 38
O médico e as doenças
1. Honra o médico por seus serviços, pois foi o Senhor quem o criou.
2. (Toda a Medicina provém de Deus), como é do rei que se recebe um presente.
3. A ciência do médico o eleva em honra, ele é admirado na presença dos grandes.
4. O Senhor fez sair da terra os remédios, e o homem sensato não os rejeita.
5. Não foi um pedaço de madeira que tornou doce a água? Essa virtude chegou ao conhecimento dos homens.
6. O Altíssimo deu-lhes a ciência da Medicina para que pudessem glorificá-lo por suas maravilhas;
7. e dela se serve para acalmar as dores e curá-las; o farmacêutico faz misturas agradáveis, compõe unguentos agradáveis à saúde, e seu trabalho não terminará,
8. até que a paz divina se estenda sobre a face da terra.
9. Filho, ao adoeceres não te descuides: roga ao Senhor e ele te curará.
10. Evita as faltas, torna reto o agir de tuas mãos, purifica o coração de todo pecado.
11. Oferece o incenso e o memorial de flor de farinha e sacrifica vítimas gordas, como se não fosses sobreviver.
12. E recorre depois ao médico, pois também a ele o Senhor criou; e não se afaste de ti, pois dele igualmente necessitas.
13. Chega o momento em que a cura está em suas mãos;
14. pois também eles rogarão ao Senhor para que lhes conceda o dom de aliviar, e a cura para salvar uma vida.
15. Quem peca diante do seu Criador, que caia nas mãos do médico.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Dia de estrela

Teclando com Grissom's Girl:
'Quitar uma dívida: três mil reais. Atingir a meta de perder 30 quilos: um ano e dez meses. Ser devidamente apresentada a Bones: o valor de uma amizade maravilhosa pelo fórum de CSI. Assistir a Sinfônica Jovem do Recife na sua cidade: nem um centavo. Fazer tudo isso num dia só: Não tem preço'.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Hoje é dia de dizer 'não'!


Dia de dizer não às sacolas plásticas

Ministério do Meio Ambiente lança data hoje para incentivar população a adotar novos hábitos

Esqueça as sacolas plásticas. Pelo menos no dia de hoje recuse esse tipo de embalagem se precisar ir à farmácia, à padaria ou a outros estabelecimentos prontos para distribuir plásticos. A proposta é do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que lança oficialmente, às 10h, o Dia do Consumidor Consciente. Junto, vai o desafio de passar um dia inteiro sem sacos para despertar a consciência ambiental nos consumidores e incentivá-los a adotar hábitos mais racionais, usando bolsas retornáveis ou outras alternativas. A reflexão sobre as embalagens serve como ponto de partida para um questionamento maior sobre consumo. Precisamos mesmo de tudo o que compramos no ritmo do que descartamos fora?

A data vem junto com o reforço da campanha Saco é um saco, desenvolvida pelo MMA e Instituto Akatu (entidade paulista que defende o consumo consciente). O próprio ministro Carlos Minc vai inaugurar a campanha, hoje, em um supermercado no Rio de Janeiro. A intenção é descartar o impacto provocado nos recursos naturais pela fabricaçãoe manutenção dos "bens de consumo". A direção do Akatu esclareceu que a entidade atua para a mudança de comportamento dos consumidores de forma a contribuir para a sustentabilidade por meio das escolhas no consumo. A inauguração da data também virá com o lançamento do hotsite www.sacoeumsaco.com.br.

Mesmo antes da data, as idas ao supermercado na família de Karla Antunes se transformam em um momento de aprendizado para Maria Luiza, 8 anos. A mãe conta que aproveita os "pedidos" para discutir sobre consumo e o que é necessário. "Se deixar, ela quer tudo. Mas sabe que não é correto nem podemos levar", disse Karla, admitindo que os "exageros" - como os queridos salgadinhos - só nos fins de semana. Ela disse que aprova a celebração de datas como a mais nova criada pelo MMA por permitir a discussão. "Precisamos pensar sobre o impacto gerado pelo consumo exagerado na sociedade e no meio ambiente", comentou.

O diretor-presidente do Akatu, Helio Mattar, ressaltou que a data fortalece a atuação da entidade. "Nosso objetivo é mobilizar os brasileiros para o consumo consciente, a partir da comunicação sobre os impactos negativos do consumo acima do necessário", disse, citando a relação entre prédios em pé, consumo de energia e água com árvores derrubadas. A empresária Luciene Menezes ressaltou que fazer compras faz parte de seu trabalho, já que possui um buffet. Mas garante que quase nunca passa pelo desperdício. "Compro o que é necessário dentro de um planejamento e sempre reaproveito. As sacolinhas, por exemplo, servem para armazenar o lixo", destacou. A característica "retornável", defende o MMA, é a mais importante das sacolas resistentes (ou ecobags), perfil que é perseguido pelo conceito de sustentabilidade que visa aumentar a vida útil dos objetos no planeta. Um caminho que pode começar hoje com um "não, obrigada".

O impacto ambiental

- Em 2008, a Consumers International criou uma mobilização, nesta mesma data, para marcar a importância da educação para o consumo sustentável. Neste ano, o MMA lançou a data no Brasil

- Estima-se que 1,5 milhão de sacolas plásticas são consumidas a cada hora no Brasil. Os cálculos indicam que, no mundo, 500 bilhões sejam descartadas inadequadamente por ano, entupindo bueiros, causando enchentes e poluindo

- O animal que mais sofre é a tartaruga-de-couro, que confunde as sacolas com águas-marinhas e ingerem o plástico. Segundo o Projeto Tamar, uma em cada três tartarugas já ingeriram o plástico e podem morrer por asfixia ou desnutrição

- Em países como Espanha, Inglaterra e Alemanha, os supermercados cobram pelo uso das sacolas plásticas, estimulando outros tipos de embalagem. A prática vem se tornando mais comum no Brasil

Fonte: MMA e Instituto Akatu


Você anda com sua sacolinha reciclável na bolsa pra alguma compra eventual? Não? Hora de começar. Eu tenho duas de pano e uma pras compras na feira há mais de um ano. Ainda assim, as sacolas de plástico não acabaram aqui em casa. Acredito que elas se reproduzem embaixo da pia por geração expontânea. Isso merece um estudo científico, portanto. Enquanto isso, eu vou ali, fazer algo de útil. E quem encontrar a sacola da foto, é favor me informar, porque achei a mensagem linda!

quinta-feira, outubro 08, 2009

Mas existe esperança pro mundo!

Da Agência de Notícia da AIDS

Vacina HIV/VIH – um bem público para corrigir um erro global

Por Michel Sidibé

A promessa de uma vacina contra o HIV/VIH está um passo mais próxima. Resultados do maior ensaio de vacina jamais conduzido mostram uma modesta, porém encorajadora eficácia de 31% na prevenção de novas infecções pelo HIV/VIH na Tailândia. Isso tem mantido milhares de cientistas e voluntários que tem tido esperanças que uma vacina anti HIV/VIH efetiva e segura é possível.

Essa notícia chega numa hora em que o movimento para alcançar o acesso universal à prevenção e assistência está ganhando força. Atualmente mais de 4 milhões de pessoas vivendo com HIV/VIH estão recebendo tratamento antiretroviral e um número menor de bebês estão nascendo com HIV/VIH. Menos da metade das pessoas que necessitam de tratamento tem acesso a ele, e a cada dia o número de pessoas que se infectam com o HIV/VIH é superior aos que iniciam o tratamento, estamos hipotecando nosso futuro. Mas estamos também expondo uma fundamental injustiça social – entre os privilegiados e os desamparados – uma divisória que podemos eliminar.

Entretanto, ainda não dispomos de uma vacina acessível, mas vamos nos preparar hoje para o amanhã. Vamos aprender com a lições que a resposta a Aids/SIDA tem nos proporcionado até então.

Diretor Executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids – UNAIDS

***
Brasil recebe remédio para tuberculose que melhora adesão ao tratamento
28/09/2009 - 19h

Chegou ao Brasil o primeiro lote do novo medicamento adquirido pelo Ministério da Saúde para tratar pacientes com tuberculose. Os compridos fabricados por um laboratório indiano já estão em Brasília, onde ficarão estocados temporariamente. A distribuição do novo esquema terapêutico aos estados será em outubro. O novo tratamento é o DFC (dose fixa combinada) ou “quatro em um”, como é conhecido. A vantagem dessa terapia é que ela aumenta a efetividade e a eficacia do tratamento com a inclusão de uma quarta droga em um mesmo comprimido, o que reduz o abandono e melhora a adesão ao tratamento.

A primeira remessa contém 10 milhões de comprimidos, quantidade suficiente para tratar 100 mil novos casos da doenga. Esse montante corresponde à metade da compra de 20 milhões de comprimidos feita pelo governo brasileiro ao preço total de US$ 6 milhões. A mudança nos medicamentos que tratam a tuberculose fará o preço da terapia cair de US$ 40 para US$ 30. O próximo lote chegara ao País em fevereiro de 2010.

Cada comprimido do novo tratamento contémm Rifampicina 150mg, Isoniazida 75mg, Pyrazinamida 400mg e Etambutol 275mg, medicamentos que atuam na eliminação do bacilo de Koch, causador da tuberculose. O novo esquema terapêutico será usado nos dois primeiros meses dos novos tratamentos, a partir da implantação no Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes que ja estão em tratamento deverão manter a prescrição inicial.

O restante da terapia, que dura mais quatro meses, será feita com as drogas usadas atualmente. Dessa forma, continuarão em uso duas das quatro drogas em um mesmo comprimido, conhecido como “dois em um”. Portanto, tanto os novos quanto os antigos pacientes cumprirão o mesmo esquema terapêutico nos últimos quatro meses de tratamento.

A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que afeta vários órgãos, mas principalmente os pulmões. Os principais sintomas são tosse prolongada, cansaço, emagrecimento, febre e sudorese noturna. O bacilo é transmitido pelo ar, quando o paciente tosse, fala ou espirra. Em 1993, a OMS declarou a tuberculose como uma emergência global.

Fonte: Agência Saúde

Amanhã é dia de estrela

São Mesrob é o outro santo padroeiro dos tradutores, conforme comentado por aqui. Como amanhã vai ser um dia cheio, eu estou com paciente complicado, eu resolvi postar logo sobre São Mesrob. O interessante é que eu posto sobre esses santos, mas não costumo rezar pra eles. Ando lembrando por causa da internet, que manda os emails, avisando os aniversários das pessoas, que é dia disso e daquilo, mas só sei do dia de São Lucas e olhe lá. Sou uma pessoa de fé, mas não costumo ir à Igreja. Tenho amigos de todas as religiões. Fui criada como católica, mas discordo de certas coisas que a Igreja, com 'I' maiúsculo (como diria um personagem meu) sustenta como certas. Acho interessantes algumas premissas do Espiritismo, fascinante o judaísmo, interessante o hinduísmo, mas continuo uma católica 'de carteirinha', nas palavras de Pe Marcelo Rossi. Ele diz isso dos católicos onde consta na carteira de identificação 'católico', mas que nunca vão à missa e mal sabem rezar um terço. Mas da minha fé sabe Deus, e acho que isso basta.

Se a moda pega...

Camisinha feminina com farpas é arma contra o abuso sexual

Altos índices de violência sexual da África do Sul levaram à criação da Rape-aXe, camisinha feminina com farpas que inibe a ação de estupradores. Com a Copa do Mundo de 2010, invenção volta a ficar em evidência.

O número de estupros na África do Sul é tão alto que a sul-africana Sonette Ehlers desenvolveu um mecanismo de defesa para inibir a ação dos agressores: uma camisinha feminina especial chamada Rape-aXe.

Ehlers trabalha há anos com vítimas de abuso sexual. Certo dia, ouviu de uma dessas mulheres uma frase que não lhe saiu mais da cabeça: "Eu queria ter dentes lá embaixo".

Uma vagina que morde é uma ideia que sempre aterrorizou os homens. Bastou uma apresentação pública da invenção para reduzir a zero o número de estupros numa cidade.

"O diretor de polícia me disse: 'Sonette, depois da sua apresentação, passamos três meses sem registrar um estupro sequer. Os homens ficaram com medo de que você tivesse deixado algumas dessas camisinhas por aqui'", conta ela.

O medo dos homens tem fundamento. A possibilidade de cometer o estupro ainda existe, mas as consequências para o agressor são devastadoras. Na hora em que ele tentar tirar o pênis de dentro da vagina, centenas de farpas perfuram a pele.

Camisinha só pode ser retirada em cirurgia

"Rape-aXe é uma camisinha para mulheres que, depois de um estupro, se transforma numa camisinha para o homem. A camisinha é feita de látex e plástico, e as farpas são colocadas na parte interna de forma que o homem não consiga retirá-la sozinho", explica Ehlers.

"O homem deve procurar um hospital o mais rápido possível e retirá-la com um procedimento cirúrgico. A camisinha fica presa ao pênis, é tudo muito doloroso e ele não pode sequer urinar. Na clínica, o procedimento só pode ser realizado com anestesia local."

Isso não poderia ser considerado agressão física? – é a pergunta que as funcionárias da Terre des Femmes mais ouvem do público nas discussões promovidas na Alemanha.

A resposta da organização de defesa dos direitos da mulher é clara: é o homem quem agride a mulher, e a camisinha com farpas oferece proteção contra essa violência.

A Terre des Femmes apoia o Projeto Rape-aXe por entender que assim as mulheres podem se proteger e, principalmente, porque elas é que decidem quando usar a camisinha, diz Serap Altinisik, que também faz parte da organização.

"Consideramos muito importante que isso seja uma decisão própria. Simplesmente porque, do contrário, dirão: 'As mulheres já podem se proteger e não precisamos mais promover trabalhos de prevenção e esclarecimento'. E uma situação assim não é sustentável", comenta Altinisik.

"A camisinha é quase como uma ferramenta de autodefesa, como spray de pimenta, que se pode carregar. Por isso achamos que ela pode ser usada por mulheres de todos os lugares", diz.

Preocupação com a Copa

A ideia é que a camisinha seja oferecida no mundo todo. O preservativo já está sendo produzido na Malásia. A distribuição será coordenada a partir da Alemanha. A meta é distribuir a Rape-aXe gratuitamente para mulheres em situação social vulnerável.

A administradora de empresas Tatiana Weintraub, da Terres des Femmes, está organizando os canais de distribuição e negocia subvenções com os governos de alguns países.

A demanda é enorme, diz ela. No caso da África do Sul, principalmente em função da Copa do Mundo.

"Nós recebemos diariamente cerca de cem e-mails de maridos e esposas que têm medo de viajarem para esse país por terem ouvido a respeito dos altos índices de estupro. Eles perguntam: 'essa nova camisinha já está à venda? Podemos nos proteger?' Então é prioridade absoluta que, até a Copa, a camisinha já esteja no mercado na África do Sul".

Autora: Henriette Wrege (ff)
Revisão: Alexandre Schossler


Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4771122,00.html

Direito Médico

Se você ler o Código de Ética Médica (o antigo e o novo que saiu no dia 17 do mês passado), verá que o médico tem um mooooonte de deveres e quase nenhum direito. Um deles, que quase nenhum deles lembra, é esse:



Como a categoria sempre foi desorganizada, ninguém nem sabia a causa da vaga. Agora, estão começando a avisar: 'Olha, tem vaga porque fulano se demitiu por más condições de trabalho ou foi demitido. Não assuma esse emprego porque é anti-ético'. Se algum colega lê isso aqui e trabalha nessa região, não assuma nada em Cuiabá. Aproveitando, não assuma nada em Caruaru também. Eu não sou do sindicato, nem pagava aquilo. Ando até falando em colocar minhas contas em dia com o pessoal porque sou a favor de defesa dos meus direitos. A prova disso é que pago o CREMEPE, que só cobra meus deveres, acredita? Eles trabalham corretamente, merecem a anuidade. O SIMEPE anda merecendo, vou acertar com eles também.

domingo, outubro 04, 2009

Dia do Tradutor

O bom de ser multitarefa é que a gente acaba com mais de um dia pra comemorar. Como quarta-feira passada era dia de São Jerônimo, padroeiro dos tradutores, foi Dia do Tradutor e eu nem sabia. Eu sou tradutora? Se sou, foi dia meu também. Não lembram de me dar parabéns nem no meu aniversário. Aliás, poucas foram as pessoas que me desejaram 'Feliz Natal' no último Natal, nem mesmo todas a quem eu mandei cartão me devolveram a gentileza. A cada resposta, fui descobrindo qual minha verdadeira família. Eu fui entendendo, portanto, o que significa 'amar ao próximo como a si mesmo'. Não é 'primeiro eu', como dizer alguns idiotas. Não! É ter um mínimo de amor-próprio pra poder amar todo o resto, é dar um pouquinho de valor a si, sabe?

Soube hoje do Dia do Tradutor por causa da Fal. Então vamos lá. Comecei a traduzir pra valer ano passado e não parei mais. Nunca ganhei um centavo e me divirto horrores com isso porque o faço pra partilhar legendas e fanfictions de CSI. Estou, inclusive, retomando a melhor fanfic GSR de todos os tempos, temporariamente suspensa porque retomei minha atividade médica (pra pagar as contas) e veio mudança de emprego, H1N1, sem falar que Grissom se mandou pra Sorbonne e isso ativou o meu lado escritora (tem Dia do Escritor?) e o lado ruim de ser multitarefa é que eu só tenho dois hemisférios cerebrais, duas mãos e minha casa continua sem o tal botão auto-clean. Quanto às legendas, não fiz por muito tempo porque o grupo não entendeu que a intenção é aprender uma língua a sério e estudar ciência. As fics estão aí e me fazem ter contato com pessoas maravilhosas.

(Olha aqui um texto sobre São Mesrob, do Paulo Coelho, que eu encontrei no meio de uma tradução pra essas legendas. São Mesrob é outro santo padroeiro dos tradutores)

Isso me ajudou recentemente no meu trabalho médico, numa aula importantíssima sobre Tuberculose e Hanseníase, onde tive que entrar em contato com o CDC, o American Leprosy, o ILEP, a OMS, em inglês e francês. Com o Ministério da Saúde também, mas foi o único órgão que não respondeu e a mensagem foi em português. Donde concluo que, apesar de tradutora de dicionário e boa vontade, eu estou no caminho certo e o dia 30 de setembro passa a partir deste ano a acompanhar o dia 18 de outubro nas comemorações aqui em casa. Vou ali assistir o segundo episódio da décima temporada da melhor série do mundo. Com legenda em inglês, claro. E sem dicionário!