segunda-feira, março 30, 2009

Ainda realidade

Eu sou médica, mas sou tolerante. Eu sou compreensiva, mas preciso ser firme. E sabe o que eu descobri? A não ser que a) eu seja muito rude ou b) o interlocutor muito esquentado, dá pra me policiar e ir vivendo um dia de cada vez. A questão é deixar claro por que certas coisas têm que ser feitas daquele jeito, reconhecer o esforço alheio (todo mundo gosta de ter reconhecimento) e mostrar que também faço minha parte (eu sempre fiz, mas aprendi que os outros devem saber disso).

Resultado: Eu posso cobrar que os pacientes não apareçam à hora que bem entenderem (marcar uma ficha de manhãzinha e reaparecer à uma da tarde, sem nem dizer que vai voltar?) porque eu cumpro meu horário. Posso ficar no pé da técnica de enfermagem porque eu sou a primeira a cobrar os cartões de vacinas de todos. Basta saber que saibam disso sem que eu fique dizendo 'eu faço isso', 'eu fiz aquilo'.

A paciente que apareceu à tarde? Foi atendida, mas levou um puxão de orelha em público pelo atraso e outros tantos durante a consulta porque não aparecia pra uma consulta há dois anos, sendo hipertensa e obesa. Ela entendeu meu lado e eu o dela, acostumada com outra forma de atendimento.

Os profissionais de saúde reclamam do público, mas raramente páram pra explicar como funciona o serviço de saúde. Se eu 'perco' tempo explicando a um paciente com asma como proceder numa crise, ele vem menos vezes ao posto e à emergência. Se eu explico ao hipertenso que não adianta tomar a medicação sem fazer a dieta, eu não terei um futuro acamado pra visitar, e assim por diante.

O problema é quando minha TPM bate. Aí, só Jesus aguenta.

segunda-feira, março 23, 2009

Realidade

Eu sou médica. Eu sou agitada e reconheço isso. Eu sou exigente, perfeccionista e sem paciência com profissionais descompromissados. Em suma: eu sou chata e tem dias que nem eu me suporto. Eu me rendi à necessidade de fazer terapia, usar regularmente minhas medicações, mas continuo com dificuldade de me relacionar com o mundo. Sou capaz de passar a imagem de antipática para pessoas que nunca me viram, que apenas lêem o que escrevo. Eu tento, juro que tento. Eu sou compreensiva, mesmo não concordando com as atitudes alheias, mas as pessoas são tão intransigentes!
Sobraram duas opções: não ser ou existir com tranquilizantes 24 horas. Qual você escolheria?

Emprego novo, a mesma pessoa de sempre. E tem horas que parece que de nada adiantaram dez meses de terapia, iniciar um trabalho com uma consultora de imagem e votos de boa sorte. A impressão que tive em meu primeiro dia de trabalho é que vão me manter ali até conseguirem coisa melhor. Acho que estou descompensando. Não, eu não vou quero voltar pro lítio.

Ah! Eu aprendi a dizer 'não é da minha conta'. Obrigada, Suzi.

domingo, março 22, 2009

Grandes amores


Uma borboleta num girassol, um céu azul...

(Eu já contei que minhas flores prediletas são lírios? Vai entender).

Lembrando de Martha de Medeiros...

não espero de você o que já me foi dado
nem você conseguiria porque não é assim
tudo tão cronometrado

eu não espero que você me proteja
depois de todos os medos que eu disse não ter
você não teria como saber

não espero de você um abraço
que foi desfeito faz tempo
você não faz idéia quanto

eu não espero de você
nem mais um dia de lamento
nem um momento como a gente já teve

seja breve, não me escreva
se sobrar algum afeto
seja discreto e me esqueça

Sobrevivendo

Nem sempre a gente vive. Em certos dias, sobrevive. Precisamos de manutenção, como a casa, os carros e a geladeira. De vez em quando, precisamos reiniciar o sistema, limpar o HD, fazer back-up de alguns arquivos que estão ocupando espaço e que usamos uma vez por ano somente.

Ocasionalmente, damos uma repaginada. Escolhemos formas mais fáceis de fazer certas coisas e percebemos que certos objetos à nossa volta perderam o encanto ou sua função em nossa vida. É aí que limpamos o guarda-roupa e doamos um monte de peças que só ocupam espaço, remexemos na papelada que se acumula pelas gavetas (ou nos organizadores de bagunça), arquivamos as contas pagas e descartamos as notas do supermercado dos meses passados. Nessas épocas, descobrimos que há anos aqueles brincos caíram de moda ou estão desparelhados, e você sem espaço no 'porta-jóias'.

(Você tem jóias, anônima leitora? As minhas peças prediletas do momento são as bijuterias que comprei da Suzi. Ninguém tem iguais! Pra quê ouro e diamantes? Eu gosto é do design, não do custo do que está pendurado em mim).

Eu sou ordeira, já fui organizada e mantenho uma certa rotina em minha vida. Me desfaço de roupas que não uso, independente de estarem velhas ou não. Troco com amigas que me repassam, por sua vez, outras peças que estão mofando no guarda-roupa delas.
Mas não empresto mais nada: dinheiro, livros, filmes ou as revistas do Batman. Como diz Martha Medeiros:

'a ninguém ofereço meu vinho branco
não empresto minhas roupas mais caras
e são só meus os meus segredos'

sexta-feira, março 20, 2009

Vou ali

Em Recife e volto logo. Sabe como é: irmão, Vicky, Fernanda, a Livraria Cultura, cabeleireiro, etc, etc.

quarta-feira, março 18, 2009

Porque deu saudade de alguns Willians

“To be or not to be, that is the question;
Whether ’tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing, end them. To die, to sleep;
No more; and by a sleep to say we end
The heart-ache and the thousand natural shocks
That flesh is heir to — ’tis a consummation
Devoutly to be wish’d. To die, to sleep;
To sleep, perchance to dream. Ay, there’s the rub,
For in that sleep of death what dreams may come,
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause. There’s the respect
That makes calamity of so long life,
For who would bear the whips and scorns of time,
Th’oppressor’s wrong, the proud man’s contumely,
The pangs of despised love, the law’s delay,
The insolence of office, and the spurns
That patient merit of th’unworthy takes,
When he himself might his quietus make
With a bare bodkin? who would fardels bear,
To grunt and sweat under a weary life,
But that the dread of something after death,
The undiscovered country from whose bourn
No traveller returns, puzzles the will,
And makes us rather bear those ills we have
Than fly to others that we know not of?
Thus conscience does make cowards of us all,
And thus the native hue of resolution
Is sicklied o’er with the pale cast of thought,
And enterprises of great pitch and moment
With this regard their currents turn awry,
And lose the name of action.”


(Hamlet, Prince of Denmark, de William Shakespeare)

Ou como parodiaram há séculos em alguma propaganda na TV (eu era menina, não me perguntem qual o produto anunciado): 'Ser ou não ser? Eis a questão. O que é mais nobre para o espírito? Comer, dormir, pensar... Sonhar, talvez?'.

(Não existem coincidências mesmo: WP, que fazia Gil Grissom, é conhecido como 'The King' nos bastidores de CSI, tem ascendência dinarmaquesa e virou ator ao seguir com uma companhia de teatro shakespereano pro País Basco há 34 anos. Bem dizia o Bardo: 'Não há nada de novo sob o sol'. )

Aliás, 'No way out' (CSI, S09E17) está tão bom que eu me vi brigando com a tela do PC. 'Como assim já acabou?'. Fishburne está arrasando como o Dr. Ray Langston! Atores originários de teatro são demais! Claro, o papel que deu destaque ao jovem Laurence no teatro foi 'Otelo'. De Shakespeare.

Falando em Williams, eu preciso assistir o JN. Com a morte de Clodovil, eu me lembrei de Bonner imitando o falecido...

domingo, março 15, 2009

Que coisa!

Assistindo 'Turn, Turn, Turn' essa semana, eu ouço a voz... de Grissom! Se é assim que Petersen pretende fazer 'participação especial' em CSI, eu dispenso.



O lab vai bem, obrigada, mas tem episódio em que dá uma saudade...

(O episódio 200 vem aí! Com meu entomologista, yes!)

Fim do surto.

Só para maiores

A gente sai procurando uma coisa, acha outra. Eu gosto de fotografia, ponto. E sexualidade saudável é sensacional.

Acho o ex vai gostar disso

DICIONÁRIO DO DIABO /Fragmentos/

de Ambrose Bierce (1842-1913)

Advogado : Pessoa hábil em burlar a lei.
Deplorável : O estado de um inimigo ou adversário após um choque imaginário conosco.
Diplomacia : A arte honrosa de mentir pela pátria.
Fidelidade : Virtude própria dos que estão prestes a ser traídos.
História : Crônica quase sempre falha, de acontecimentos quase sempre sem importância, causados por governantes quase sempre velhacos e por soldados quase sempre imbecis.
Liberdade : Um dos mais preciosos bens da imaginação.
Paciência : Forma menor de desespero, disfarçada como virtude.
Patriotismo : No famoso dicionário do Dr. Johnson, o patriotismo é definido como o último refúgio dos patifes. Com todo o respeito devido a um esclarecido mas inferior lexicógrafo, peço licença para sugerir que seja o primeiro.
Santo : Um pecador revisto e corrigido.
Virtudes : Certas abstenções.


(Do Balaio Porreta)

Saudade de Bruna Lombardi

A disciplina do desejo

não,não se doma o mar
como se não se doma a vida

como não se domam os efeitos
dos raios gama sobre a superfície
acetinada do teu beijo.
Estamos sujeitos às marés
aos ventos, ao tempo, às temperaturas
é inútil tentar
a disciplina do desejo.

Tentei domar meu sentimento
a inconstância do meu temperamento

volúvel como são as lágrimas
mas sou tão vulnerável
às vazantes, desígnios, latitudes
aos ciclos e à força do mistério

tentei domar, disciplinar
não consegui

cedi na primeira noite enluarada
no fundo do quintal, atrás da caixa d'água.

sábado, março 14, 2009

Do Balaio Porreta

FEIRA DE PROVÉRBIOS ESPORRENTOS

Ele me prometeu brincos, mas apenas furou minhas orelhas.
(Árabe)
Os homens são como tapetes: às vezes precisam ser sacudidos.
(Árabe)
Se os filhos da puta voassem, nunca veríamos o sol.
(Argentino)
Aqueles que não sonham estão perdidos.
(Australiano)
A língua suave é a árvore da vida, a língua perversa quebra o coração.
(Bíblico)
A tinta mais fraca é melhor que a melhor memória.
(Chinês)
Falar sem pensar é atirar sem mirar.
(Espanhol)
Três espanhóis, quatro opiniões.
(Espanhol)
A partir de uma certa idade, o único afrodisíaco é a variedade.
(Francês)
Dinheiro público é como água benta: todos põem a mão.
(Italiano)

[ Fonte: Duailibi das citações, de Roberto Duailibi ]

Epitáfio

Lembrança de Morrer

Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro

Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro
Como o desterro de minha alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai ... de meus únicos amigos,
Poucos, bem poucos, e que não zombavam
Quando, em noite de febre endoidecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei ... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! E de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou a vida.

Sombras do vale, noites de montanha
Que minha alma cantou e amava tanto
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave da aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua prantear-me a lousa!

Repassando:

A arte de dizer não
Sex, 13 Mar, 08h12
Dr. Alessandro Loiola*/Especial para BR Press

(BR Press) - Tenho inúmeros pacientes cuja pressão elevada, insônia, distúrbio da ansiedade, depressão, compulsão alimentar ou obesidade foram causados pela incapacidade de dizerem NÃO. Eles saem pela rua colocando sobre as costas toda e qualquer carga de responsabilidade que encontram pela frente. No final do dia, estão piores que o último bagaço de laranja do Ceasa, e ainda recebem críticas porque estão deixando o serviço atrasar...
Dizer NÃO é essencial, mas o problema é que não recebemos treinamento específico para isso. As empresas, as universidades, os cursos pré-nupciais, em toda parte onde se ensina a fazer alguma coisa, ninguém ensina como NÃO fazer. Contudo, existem ocasiões em que você simplesmente já tem tarefas demais, e ser capaz de dizer NÃO pode ser a única forma de manter a sanidade física e mental.
Se você vive reclamando de desgaste e sobrecarga de trabalho, e só agora percebeu que é mais uma vítima dos que não sabem dizer NÃO, recomendo o seguinte: faça uma lista das situações em que você gostaria de dizer NÃO, mas não foi capaz de abandonar o SIM. E escolha uma desculpa de acordo com sua personalidade a partir da lista abaixo:

O EXECUTIVO
Ele diz NÃO escapando pelo excesso de coisas por fazer: "O problema é que estou envolvido em outros projetos até 2096..." ou então "No momento (leia-se: até o dia em que você parar de pedir) não acredito que seja possível encaixar mais nada na agenda...". Alguns ainda fecham com chave de ouro, tirando da pasta todo seu grau de excelência, dizendo "E além de tudo, tenho que manter aquela qualidade que você já conhece."

O RELAÇÕES-PÚBLICAS
De repente o sujeito é seu amigo, mas ainda assim... "Rapaz, prefiro recusar agora a fazer um serviço ruim e lhe prejudicar". Ou "Até gostaria, o problema é que estou atolado em outro trabalho, sem tempo para nada". Porém, um verdadeiro Relações-Públicas sempre dará um jeito de emendar a recusa com algo como: "Mas posso indicar alguém para ajudar se você quiser". E lhe encaminhará para um Executivo. Ou um Pobre-Coitado.

O POBRE-COITADO
Balance a cabeça de modo tristonho enquanto repete "Olha, infelizmente não me acho a pessoa mais indicada para esse serviço", "Não tenho muita experiência no assunto" ou "Não é o meu forte". Mas atenção: evite emendar as 3 desculpas em uma mesma frase. Não gaste de uma vez todos os seus trunfos! Dê respostas diferentes para cada vez que o outro insistir.
Se preferir, recuse fazendo uma massagem estilo drenagem linfática no Ego do outro ("Tenho certeza de que você é capaz de fazer isso pelo menos 10 mil vezes melhor do que eu!") ou chore um lamento hipocondríaco tipo "O médico recomendou que reservasse um tempo livre para cuidar da saúde, dedicar à família, descobrir meu verdadeiro eu, sabe como é...".
Até eu fiquei com pena.

O PRÁTICO
Algumas vezes, um simples e curto NÃO é suficiente. Os especialistas em Recursos Humanos recomendam que você faça isso de modo claro, firme porém cortês, deixando todas as portas abertas para um bom relacionamento no futuro. Depois, monte um curso bem caro para contar como foi que você conseguiu um milagre desses.

*Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, "Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável" (Editora Leitura).

sexta-feira, março 13, 2009

Coisas belas

Bouguereau, claro, e uma borboleta:



Cupido com uma borboleta

E esse eu conheci por causa de CSI (a citação era numa fic, mas vale). Jack Vettriano é fantástico! Gostaria de encontrar um lugar que vendesse os pôsteres...



Yesterday Dreams

Essa é de onde eu trabalhava. Difícil acreditar num lugar tão verde em plena Zona Agreste de Pernambuco!



Rio Capibaribe

quinta-feira, março 12, 2009

Feliz Aniversário!



É aniversário de Recife e Olinda. Eu deveria ter ido hoje por lá, era dia de consulta pra ajuste das medicações, etc, etc. Mas é assim mesmo, acontece de tudo pra eu não colocar os pés onde eu nasci. A eterna cólica volta a atacar! Ou foi a maneira que a PMD arranjou pra boicotar tudo. Vai-se saber.

Anyway, espero que todos estejam curtindo a praia ou a chuva do dia, o bolo no Recife Antigo, a beleza da arquitetura e manifestações culturais de ambas as cidades. É dia de frevo, caboclinhos, maracatu e mais frevo!



Bem que minha mãe diz: 'A coisa mais bonita que Olinda tem é a Sé, porque de lá tem-se a melhor vista... de Recife!'. Bairrismo? Imagina!

Apoiado!

"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."
NELSON RODRIGUES

terça-feira, março 10, 2009

A respeito da polêmica sobre o abortamento legal em PE

Eu, que não ligo a TV há dias e dias, soube da notícia e sinto-me honrada de ter:
1) Estudado na maternidade envolvida na polêmica
2) Ter sido aluna dos referidos profissionais
3) Não apenas ter aprendido a conduta correta num caso desse, mas ter dado a opção pra uma outra vítima que sequer conheceu seu agressor.

O interessante é que eu, católica, foi me aconselhar com o padre da minha paróquia (na época, em Recife, PE) após a orientação. Esse santo homem me fez ver que eu ofereci a escolha (só existem dois ou três médicos autorizados, em PE, a fazer aborto terapêutico, ambos do CISAM, logo eu não fiz aborto nenhum!) e a decisão foi da paciente. E que isso era entre ela e Deus, não nos cabia questionar ou condenar! Se houvessem outros padres como esse...

Esclarecendo:
- Toda e qualquer relação sexual antes dos 14 anos, mesmo com consentimento da vítima, é considerado estupro.
- A lei brasileira permite aborto em caso de estupro.

Dúvida:
- O bispo também excomungou o agressor da menina?

A propósito:
- Quando você vê uma criança de 11 anos morrer por causa de uma gravidez malsucedida, você manda a opinião dos outros pra...
- Eu não sou a favor de abortamento (prefiro pregar o uso correto de preservativos e outros métodos contraceptivos), mas nunca questionei a atitude ou as razões de quem provoca um

E a atitude dos colegas anda redimindo minha desilusão com a classe:

Do meu irmão

É 9!!! Nove :-) :-) :-) :-) :-) :-) :-) :-) :-)

Sras e Srs,
Hoje recebi a alegre notícia que recebi nota 9,0 na minha monografia no curso de pós-Graduação em Gestão de TIC pelo Centro de Informática da UFPE (considerado a 2ª melhor pós em tecnologia pelo Ranking Info 2008). Agora só resta o certificado :-)
Nada mais justo de agradecer a todos parentes, amigos e colegas que contribuíram com seu apoio, carinho e torcida. Obrigado a todos!!!
Abraços,

Família também dá alegrias, anônimo leitor. Alegrias, apoio, ombro amigo... Pena que não são todos que não sabem ficar neutros quando não concordam com suas decisões de vida.

domingo, março 08, 2009

Dia da mulher

Repassando:

Depois a gente é complicada...











sábado, março 07, 2009

E então...

...eu encontro uma pessoa ou outra da comunidade onde trabalhei por dois anos. Difícil é fazer as pessoas entenderem por que saí, sem 'falar mal' de ninguém. Dizer a verdade é falar mal? É, eu só queria me sentir 'desimpedida'.

I been working so hard
Keep punching my card
Eight hours, for what?

Oh, tell me what I got
I get this feeling
That time's just holding me down
I'll hit the ceiling
Or else I'll tear up this town
Tonight I gotta cut
(Chorus)
Loose, footloose
Kick off your Sunday shoes
Please, Louise
Pull me offa my knees
Jack, get back
C'mon before we crack
Lose your blues
Everybody cut footloose
You're playing so cool
Obeying every rule
Dig way down in your heart
You're yearning, burning for some
Somebody to tell you
That life ain't passing you by
I'm trying to tell you
It will if you don't even try
You can fly if you'd only cut
(Chorus)
Loose, footloose
Kick off your Sunday shoes
Oowhee, Marie
Shake it, shake it for me
Whoa, Milo
C'mon, c'mon let go
Lose your blues
Everybody cut footloose
FIRST - we got to turn you around
SECOND - You put your feet on the ground
THIRD - Now take a hold of your soul
FOUR - Whooooooooa, I'm turning it
Loose, FOOTLOOSE
(Chorus)

quinta-feira, março 05, 2009

Porque deu saudade de Vinícius

Sonnet on Fidelity

Above all, to my love I"ll be attentive
First, and always with such ardor, so much
That even when confronted by this great
Enchantment my thougts ascend to more delight.

I want to live through in each vain moment
And in its honor I must spread my song
And laugh with my delight and shed my tears
When she is sad or when she is contented.

And thus, when afterward comes looking for me
Who knows what death, anxiety of the living,
Who knows what loneliness, end of the loving

I could say to myself of the love (I had):
Let it not be immortal, since it is flame
But let it be infinite while it lasts.


By Vinicius de Moraes. Translated by Ashley Brown, in "An Anthology of Twentieth-Century Brazilian Poetry", Wesleyan Univertsity Press

terça-feira, março 03, 2009

Constatação

Você percebe que sabe fazer algo direito nessa vida quando prefere reler tudo que escreveu na última semana a assistir o episódio inédito de sua série preferida.
Às vezes eu ainda me surpreendo por rir e me emocionar com frases que eu mesma escrevi. Estranho, não?

Eu espero, fervorosamente, que Luís Fernando Veríssimo saiba com é feliz por ganhar a vida fazendo o que gosta. Eu tenho que procurar outro emprego pra manter esse corpo funcionando, porque é o que me prende nesse plano.

Fernando Pessoa tinha razão: a vida sonhada vale menos que a vida vivida? Responda você, anônimo leitor.