sábado, outubro 13, 2012

Remando contra a maré


Não basta não querer algo, você também tem que saber o que quer. Se eu não quero isso, tenho que decidir se quero aquilo, ou isto, ou mesmo aquilo mais além. Em quatro anos não consegui e, como não gosto de gente dando pitaco na minha vida, foram poucos a quem eu contei sobre a situação. Nenhum disse que eu estava errada, algum me desejaram sorte sinceramente, outros disseram que queriam que eu fosse feliz, mas que sentiam pela perda na área.

Como eu precisava de capital, eu continuei por um tempo, minha saúde nunca colaborou, minha certeza nunca foi total (a bipolaridade não ajuda em nada a tomar decisões, some-se à variação de humor do ciclo mentrual e adeus tudo). A única decisão que consegui tomar foi sair do serviço público. Teria sido ótimo se, quando os paciente começaram a vir regularmente, eu não caísse doente.

Embora eu esteja de castigo em casa há dois meses, as mesmas pessoas que lamentavam a perda na área, insistem que esse é meu caminho. Eu não insisto com todos, mas todas as doenças que eu tive e me afastaram de trabalho, têm caráter psicosomático. Logo, pra eu ser feliz, eu tenho que me afastar da Medicina. Passei quase um ano sem trabalhar e fiquei muito bem de saúde, obrigada. Não que eu seja preguiçosa, eu só quero fazer outra coisa. O problema é que eu não sei o que quero e, quando descobrir, terei que trabalhar em algo pra me manter até me firmar na minha nova profissão.

Nem vou pensar na questão 'convencer as pessoas que larguei Medicina pra fazer' seja lá o que for. Eu já remo contra a maré todo dia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu sei bem o que é isso. No ano passado, depois de anos trabalhando numa determinada área eu resolvi que não queria mais. Mesmo sendo uma boa profissional eu não me sentia feliz com meu trabalho e decide que iria buscar algo que me fizesse sentir realizada.

Apesar de ter algumas opções de áreas profissionais devido a minha formação eu me senti totalmente perdida. Insegura e sem saber realmente o que eu queria. E, sem saber que rumo tomar, minha vida ficou paralisada.
Pensei em voltar a estudar, mas não queria perder tempo fazendo algo que eu não fosse dar continuidade.
E como se não bastasse essa angustia de não saber que caminho tomar ainda tem que lidar com a família e a sociedade que fica cobrando uma ação sua. Pensam que você é preguiçosa, que tá confortável com a situação e não sabem e/ou não querem saber dos seus verdadeiros sentimentos.

Desejo que você consiga descobrir o que você realmente quer fazer. Não perca a fé, não perca a
esperança. Às vezes demora, mas vale a pena, pois é a sua vida e a sua felicidade.

Adoro o seu blog. Torço por você.

Odessa Valadares disse...

Obrigada. É bom saber que não estou só nessa situação. Vou torcer por você também.