Para Fal

Seguindo em frente

Nada acontece por acaso. Conhecer você não foi por acaso. Foi em uma das fases mais difíceis de minha vida e eu superei, em parte, graças a "Crônicas de quase amor". Essas semanas não têm sido fáceis, mas saí de casa hoje pra falar com você.
Acontece que moro numa cidadezinha de interior e é dia de feira. Sabe você, paulista, o que é uma dia de feira? É um caos, todos os carros (e seus motoristas sem prática) saem às ruas. Não há onde estacionar. O sol cozinha o pouco miolo da gente porque a gente perdeu a hora dormindo.
Acabou que eu voltei pra casa, deixei o carro e saí de novo. Peguei um moto-táxi (coisa que você desconhecia a existência e eu a-bo-mi-no devido ao risco de acidentes) e estou numa lan house (outra ação que evito porque sou meio paranóica com senhas). Ouvindo alguém num desses sons de rua, falando de Che Guevara e dos excluídos.
Pode parecer um esforço mínimo, mas preciso lhe dizer que quando um depressivo como eu está em crise, a sensação exata é de estar de luto, que uma pessoa amada acabou de desencarnar, falecer, ou qualquer expressão que se use.(Se alguém ler isso vai me esculhambar, mas somos pessoas realistas e não podemos fingir que não aconteceu)
Acho que você (desculpa a intimidade) merece meu esforço. Você que me mandou um cartão de Natal, que escreveu dedicatória nos livros que comprei e que escreverá nos outros que comprarei. E, embora seja improvável que venhamos a nos conhecer pessoalmente, você tem me dado mais alegrias que a maioria das pessoas que convivem comigo pessoalmente.

Reeencontrando blogs

Um dos meus preferidos: A bêbada e o equilibrista . Tem sempre uma poesia nova, uma carta, uma indicação de livro.
Meu coraação está confrangido pela Fal. Obrigada Suzi, por me avisar.

A vida é uma porcaria mesmo. Dez dias pra organizar a vida e eu só fiz besteira, não ajudei ninguém, gastei horrores com uma porcaria de um carro, não ajudei quem me prontifiquei a fazê-lo e ainda não consigo me entender om meu companheiro. Aí descubro sobre o Alex da Fal. Poderia ter sido o meu amado.
Quer saber? Vou voltar rapidinho pro meu buraco. Pelo mesnos, desde que eu comecei lá, só morreram os velhinhos que já estavam lascados do coração ou com câncer terminal. Não foi culpa minha.

Sobre a Fal e o Alexandre

Suzi, obrigada por avisar. Realmente, essa semana tem sido muito difícil. Essa notícia acabou com o restinho de forças que eu havia juntado. De que me serve esse curso se nunca faço nada de útil?
MERDA!

Falando em blogs

Achei esse na Fal: Organize sua vida
Cheio de dicas, do jeitinho que eu gosto. Parece uma das aulas que eu tinha na escola. Ora, pois, vocês não sabiam? Sou técnica em economia doméstica!

Blogueiras

Por algum motivo tecnológico, todos os endereços de blogs que eu possuía, sumiram. Como só sei dois ou três endereços de cor (Vicky e Fal), agradeço se me mandarem. Gente como Raquel, Gil, Suzi, Ana Paula, Viviane...
Prometo que vou procurar direitinho!

Semana horrorosa

Como diria Vicky, essa semana foi PHOODDA (com PH de pharmácia, dois OO de cooperativa e dois DD de toddynho).
Como o amado teria duas semanas de recesso, eu trabalhei todos os meus dias de folga do último mês pra adiantar as visitas domiciliares programadas pra esta dita semana e tirar férias. Desisti do congresso de hipertensão que aconteceria na capital do estado. Aí, uma amiga descobriu que estava com câncer. Pequenininho, certo, mas sempre dá um medão. Marcaram a cirurgia justo pra essa semana. Venho pra capital pra ficar com ela e... descubro que minha mãe parou de tomar os antidepressivos há 3 meses e descompensou esta semana. Pra completar, levou uma queda e quase quebra o pé. Sem falar que o carro quebrou o ar-condicionado de novo (é a quinta vez), o protetor do cárter quebrou pela terceria vez, uma luzinha apareceu no painel dizendo que falta gasolina pro motor de partida (o tanque do motor de partida está cheinho) e...meu estepe foi roubado. Tudo desde segunda-feira desta semana. Esqueci: a insônia me pegou e deixei o remédio em casa, lá no interior.
Acabou que nem vi minha amiga, porque até a visita após a cirurgia falhou (ela teve alta antes de 24 horas), meu celular resolveu pifar de vez, com menos de dois anos de uso, e até o cinema marcado com Vicky e Virág não deu certo. Simplesmente não consegui ficar dentro da sala.
Eu deveria ter ficado no meu posto de saúde.

Quem precisa do SUS...

Quem tem plano de saúde não imagina a peregrinação que sofre quem não tem.
Por exemplo, um paciente de uns 16 anos me procurou com linfadenomegalia (ínguas) em regiõe inguinais (virilhas) há dois meses, que só doía quando era sacudido, em pé, na traseira das camionetes onde pegava carona. Lavrador, sem passado sexual, sem lesões em órgão genitais ou membros inferiores, sem outros sinais ou sintomas. Descartado infecção local, portanto.
Linfonodos (móveis) móveis, elásticos, aumentados de volume, o maior com 1 cm de diâmetro. Sem sinais de malignidade (câncer).
Hemograma sem alterações (sem sinal de infecção), TGO e TGP normais (sem evidência de destruição de tecido), USG sem alterações (não havia tumor, nem pus), VDRL negativo (não tinha sífilis).
Os exames demoraram mais dois meses e não houve alteração física. No início, perdeu um pouco de peso, logo recuperado. Não pude fazer mantoux (pra descartar tuberculose) e outros exames (pra descartar tanta coisa que não cabe aqui) porque o SUS não dispõe no município. Tive que encaminhar para um infectologista em Recife, que ainda não consultou por causa da greve nos hospitais.
Esse rapaz caminhou alguns quilômetros de madrugada pra pegar uma ficha e ser atendido por mim. Teve que ir à cidade (eu trabalho num sítio), autorizar o exame, ir outro dia colher o sangue, outro dia pra autorizar o ultra-som, outro pra fazer o ultra-som, outro pra marcar o raio x de tórax, outro pra pegar o resultado do exame de sangue, outro pra pegar o resutado do ultra-som, outro pra pegar o raio x, acordar de madrugada pra marcar outra ficha comigo, se passaram seis meses e ainda não sabe o que tem.

Uma das maiores economias que você faz na vida é ter um plano de saúde mesmo que nunca precise usá-lo.

PS (13/10/2008):
Eu esqueci de 'encerrar o caso': era tuberculose. Descobrimos após 1ano depois do início da investigação porque o pai dele apresentou tosse, expectoração... Tirando o fato da demora absurda, há algo de muito legal nesse caso. Como médica da família inteira, eu fiz o diagnóstico por causa dos sintomas do pai dele. Eu adoro essas associações!

Reativando o blog

Desculpa a ausência, mas eu estava dando um tempo. Rearrumando a vida, a casa e a cabeça. Aguarde alguns casos médicos ocasionais e uns resumos do que andou acontecendo no último ano.

Saudade da minha escola

Estudei 13 anos na mesma escola. Só saí porque não havia faculdade depois. Voltei pra minha cidade pra fazer um curso de veterinária que não havia ainda por lá, e não passei do primeiro período. Chorava horrores de saudade da escola, das minhas colegas, dos professores, da diretora.
Graças ao orkut, reencontrei um monte de gente. Graças à distância, continuo sem ver ninguém. Na próxima semana a turma vai se reencontrar. Soube esta semana, mas já havia sonhando com todas semana passada. Todo mundo mais gorda (são todas mulheres), com umas rugas, os cabelos pintados, e eu reconhecia todo mundo. Porque irmã não se esquece.