segunda-feira, dezembro 15, 2014

Fim de semana sem conseguir digitar uma linha do livro dos hipertensos e diabéticos, que é preciso passar a limpo anualmente. Combinei há meses com a supervisora que é melhor digitar esses livros de portadores de asma, DPOC, hipertensão, diabetes, obesidade e usuários de medicações controladas. Só falta o livro do 'Hiperdia', mas não consegui fazer NADA nos últimos dias e ainda cheguei pra trabalhar amparada, de tanto vomitar pelo caminho. Labirintite e gastrite, com uma pitada de ansiedade pela certeza que a secretária ia aparecer no posto pra procurar defeito no que a enfermeira tinha deixado. Dito e feito. Na hora que eu pensei em almoçar, alguém me alertou da presença ilustre e eu preferi continuar atendendo. Ah, e claro que não mandaram feira pra última semana de trabalho. Desde sexta-feira que levo comida.

sábado, dezembro 13, 2014

Acho que vai ser mais um ano sem árvore de Natal. Comprei um monte de trufas pra dar de lembrança, mas derreteram, então comi. Não embalei as canecas pro pessoal do posto. Aliás, a secretária de saúde fez o favor de demitir minha enfermeira e o motorista da equipe. Estou com um monte de idosos que não podem ir até o posto e que não posso visitar. Demitiram outras enfermeiras há umas semanas, dizem que é problema de dinheiro, mas o Governo está mandando a verba pro PSF, então...

Não me peça pra lavar louça. A torneira da pia da cozinha está quebrada, eu até comprei outra, mas não me animo a trocar. Não consigo nem comprar água pra beber. Preciso pagar a conta do telefone que não uso, ou ficarei sem internet. Desisti da dieta. Desisti de entender qualquer coisa. Especialmente árvores de Natal.

quinta-feira, dezembro 11, 2014

terça-feira, setembro 23, 2014

Alívio

Às vezes, quando há boa vontade de todas as partes, o SUS funciona e no tempo devido. Minha paciente pediátrica veio há uns dez dias com perda de peso, duas infecções respiratórias em menos de um mês e equimoses sem trauma. Tem uma meia-irmã que teve leucemia. O IMIP, centro de referência pediátrica no estado, mandou uma equipe de oncologia, de cidade em cidade, no início do ano, orientando as equipes dos postos como proceder em casos assim, pra não perder tempo. Telefonei pra lá, falei com uma oncologista e a menina só não foi no dia seguinte porque era fim de semana. Passou a semana por lá, fazendo exames e voltou hoje. Não é câncer.

Preciso encontrar um serviço com essa boa vontade pros adultos também.

Antes e Depois: entrada

sábado, setembro 13, 2014

Vida fora de prumo

Minha casa nunca foi impecável, mas era quase. Há muito, muito tempo não é assim. Estou em uma fase em que lavo louça uma vez por semana. Arrumo a cama todo dia, mas é só. Também consigo colocar a roupa pra lavar uma vez por semana, mas só passo o mínimo, já que procuro comprar peças que não precisam passar. Quando consigo arrumar o quarto, não restam forças pra varrer a casa. A área de serviço está um pesadelo e as plantas sobrevivem graças à chuva. No meio desse caos, prazos da pós, incluindo um TCC para 'defesa de título de especialista em saúde pública'. A simples perspectiva de eu ter um título de especialista nisto, num curso à distância, quando não li quase nada do material sugerido e tirei um monte de notas altas, já mostra a qualidade da pós.

Faltando colocar no lugar

Para a varanda




Para a sala de jantar






Para a sala de estar




Para a porta

Pensando seriamente em fazer o mesmo

sexta-feira, setembro 12, 2014

Ser pediatra

Não quis fazer pediatria porque tenho pena de ver criança doente. Hoje, tive que dizer a alguém de 13 anos que nunca mais ela vai poder comer açúcar e que ela vai ser furada todos os dias. Depois, atendi alguém que mal aprendeu a andar e que está com suspeita de leucemia. Saí do trabalho e encontrei outra que ainda nem anda e que quase morreu de desidratação por diarréia e pneumonia, com mãe negligente, e que já teve outra pneumonia depois da alta e não está ganhando peso como deveria.

Em todos esses anos de prática médica, perdi uma paciente com 16 anos, que já estava em estado terminal quando a conheci, com câncer de ovário e um recém-nascido, que já estava com septicemia quando me pediram para socorrer. Uma vez, tive que dar a notícia da morte de uma menina pra mãe. Eu era só a clínica do plantão e ela ficou tão agressiva que precisamos chamar a polícia. Eu entendi, de verdade. A menina havia sido levada várias vezes à emergência da cidade em que vivia e não fizeram nada. Agora estava morta e a mãe estava revoltada, chutando as portas. Eu tive vontade de me juntar a ela, pra ser sincera.

Não, eu não nasci pra ver crianças doentes. E, definitivamente, não consigo vê-las mortas.

22 anos depois

Só mesmo gente assim pra me arrancar de casa...

domingo, agosto 31, 2014

?

Eu aguento o sábado inteiro a secretaria de saúde me mandando ligar pra ela, não atendendo a ligação, me fazendo passar mensagem, mandando mensagem em péssimo português dizendo que estou desligada do município e não do Mais Médicos, ligando pra mim e dizendo que 'o telefone estava no silencioso' (se você marca hora pra receber ligação, isso não existe). Me garantindo que já tem um médico pra me substituir na segunda-feira, então não existe risco daquela criança de risco ficar sem assistência. Depois manda outra mensagem perguntando se a prefeita pode ligar pra mim. Acabando, em suma, com minha ida ao almoço das ex-alunas no centenário da ED. Então, hoje à noite, ela manda outro sms dizendo para nos reunirmos amanhã e resolvermos 'esse impasse'.

Oi? E a paciente psiquiátrica sou eu...

sábado, agosto 30, 2014

Foi bom enquanto durou

O problema nunca foi a equipe. É a secretária de saúde.

segunda-feira, agosto 25, 2014

Ultimato

Um fim de semana inteiro organizando todas as referências bibliográficas. Sabe aquelas regrinhas insuportáveis da ABNT? Autor vírgula inicial ponto título do artigo em itálico etc, etc. Vinte e quatro referências, a maioria em inglês. O programa deu pau, a suposta orientadora não respondeu até uma hora dessas e o prazo é até hoje, meia-noite. Pra mim, é perfeito. Eu nunca quis essa pós. Desde que eu possa continuar no emprego, ótimo. Se não puder, tudo bem também. Contanto que alguma coisa se resolva, pra mim está tudo bem.

É difícil explicar como eu consigo levantar quase todos os dias. Por enquanto, é um idoso que lembra muito meu avô e que tem sido negligenciado pela família. Ele tem um monte de problemas graves que só fazem piorar porque a família não se mexe. Hoje, confirmei que uma idosa alcoolista, que está sem beber há mais de meio ano, está com câncer, mas tem tudo pra ficar curada. Fui eu quem viu a lesão e encaminhei-a para o especialista.

Só quem trabalha na saúde pública entende o que é amar e odiar em partes iguais esse trabalho. Ter que prescrever benzetacil para uma criança porque não tem cefalexina, que a mãe não tem condições de comprar. Convencer uma gestante a fazer um sumário de urina particular porque ela pode ter um abortamento se esperar pelo exame 'urgente' do SUS. Só quem trabalha na saúde pública entende por que eu vivo descompensando e não consigo emagrecer, por que precisei de mais de dez anos pra começar uma pós e não tenho nenhum estímulo para terminar algo em saúde pública, por que todo dia eu chego em casa e não consigo fazer mais nada além de fugir pra outra realidade que não essa.

sábado, agosto 23, 2014

Cansada de descompensar. Tenho um trabalho que me paga bem, uma equipe boa, com as esperadas exceções. Finalmente comecei os cursos para praticar alguma coisa de dermato, então, bam! 'Descompensação, como vai?'. Um trabalho de conclusão de curso que não vou escrever, toda a teoria de peelings químicos que não colocarei em prática, a academia que paguei e não fui, tudo que comprei pra decorar o apartamento e não instalei. Cansada de me preparar pra uma grande prova que nunca vai acontecer.

quinta-feira, agosto 21, 2014

Simplesmente sumir

Vontade de largar pós, posto e apartamento com vizinhos dementadores.

Ser palhaça

Você explica e explica à agente de saúde que só tem condições de atender 20 pessoas, e ela sempre coloca mais gente. Você numera fichas de um a vinte, e hoje foram atendidas QUARENTA pessoas. Ela não sabe, mas foi a última vez que a microárea dela foi atendida por mim.

Estou pensando numa vingança passivo-agressiva. Algo assim: vou na próxima quinta e digo que minha quota já foi atendida, tenham um bom dia, agradeçam à agente de saúde.
Ou, de forma mais profissional, prestar uma queixa, com todos os nomes das pessoas atendidas hoje e encaminhar à supervisora. Vou ficar com uma cópia. Aliás, posso resgatar todos os atendimentos das quintas e provar que a prática é recorrente.

terça-feira, agosto 19, 2014

Ser sobrevivente

Suzi, da Brigite Acessórios, colocou o site inteiro em promoção. Pedido vai, comentário vem, ela me diz que não consegue comentar aqui no blog, mas está feliz de me ver arrumar o ninho. Ai, Suzi, se você visse o caos que andam as coisas...

Minha casa, minha letra e minhas finanças sempre refletiram meu estado emocional. Eu ando até equilibrada da doença bipolar, mas desde que troquei de vizinhos, perdi o pique pra extreme makeover do apartamento. A louça se acumula na pia, esqueço de tirar o lixo (ou lembro e não tenho coragem de tirar) e faço só o mínimo necessário pra seguir com a vida.

terça-feira, julho 08, 2014

Dica 2


Se você perceber que um cômogo em particular tende a ficar bagunçado, instale um coletor de bagunça. Além de cabides e cestas de papéis, podem ser cestos pra coletar qualquer coisa que não pertença àquele ambiente. Na hora da faxina, é só pegar o cesto e colocar os objetos em seus devidos lugares.

Do blog Chega de Bagunça

Dica 1


Aproveite para identificar quais peças precisam ser trocadas e se está na hora de comprar novos jogos de cama.

Do blog Chega de Bagunça

Devagar e sempre

O blog Chega de Bagunça está publicando 30 ideias em 30 dias para organizar a casa.


Ideal pra quem nunca consegue organizar casa porque acha que é uma tarefa impossível.

quarta-feira, junho 25, 2014

Sala de estar: work in progress

Além das suculentas, trouxe uma orquídea pra casa. De todas as plantas que já tive, foi a que menos me deu trabalho. Sem falar que, não é linda?


O aparador, montado por mim, e o espelho são da Meu Móvel de Madeira. Custaram R$ 404,10 e R$305,10, respectivamente. A petisqueira de porcelana veio da Rua das Calçadas, em Recife, e custou 14 reais há uns 6 anos. As bolinhas de canela, anis e café custaram 10 reais cada, na Feirinha da Torre, em Brasília, em 2010. As outras bolas foram presente. A orquídea custou R$65,00.