Acabei o primeiro volume das 'Crônicas Vampirescas' de Anne Rice.
'Entrevista com o Vampiro' foi a primeira vez que olhei pra Tom Cruise e pensei que ele era mais que um rostinho bonito. O elenco, tirando o Antonio Banderas, é excelente. Brad Pitt faz um Louis notável, o que torna interessante a indicação pro Troféu Framboesa de 'Pior Dupla' pra Louis e Lestat, mas aquele relacionamento sempre foi complicado mesmo. Quanto a Kirsten Dunst, foi uma das pessoas em que bati os olhos pela primeira vez e soube que a veria muitas e muitas vezes, quando ela disse 'more' (acrescente Angelina Jolie em 'O Colecionador de Ossos', Natalie Portman em 'O Profissional' e Kevin Spacey em 'Se7en', a essa lista de previsões certeiras) - e sem dúvida, ela rouba boa parte da cena. Ganhou uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante. A direção de arte é excelente e mereceu a indicação ao Oscar. Apesar de meu conhecimento de música, especialmente rock, ser praticamente nenhum na época, a trilha sonora me impressionou (e foi indicada tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro).
Tudo isso pra dizer que cheguei à triste conclusão que Hollywood não entendeu Anne Rice. Toda a sensualidade dos vampiros tão maravilhosamente descrita transformou-se numa atuação absolutamente gay, no sentido pejorativo da palavra. Será que esses diretores não sabem que existem homo e bissexuais que falam e agem sem afetação? Cruzes! E o que dizer do desespero deles, ao tentar entender quem são, qual o motivo de sua existência? A gente lê e tem vontade de prescrever qualquer inibidor de recaptação de serotonina: Prozac, Sertralina, e por aí vai. Considero ler Anne Rice durante uma crise depressiva algo altamente contraindicado. Assistir uma adaptação da obra, nas mesmas condições, é mera distração. Nem vou falar de 'Rainha dos Condenados'. Se o filme é aquilo, estremeço ao imaginar minha opinião ao ler o livro.
Anônimo leitor, na dúvida entre livro e filme, leia o livro. Funciona em 99% das vezes.
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