Quinta-feira, Agosto 06, 2009
Top 5 lições que aprendi com os filmes de John Hughes
Acabei de ler a triste notícia de que John Hughes, o escritor, produtor e roteirista mais incrível (pois sim!) dos anos 80 faleceu aos 59 anos vítima de um fulminante ataque cardíaco. Devo dizer que, mesmo tendo vivido minha adolescência nos anos 90, foi graças aos filmes de Hughes (eternizados nas melhores sessões da tarde) que eu sobrevivi aos horripilantes anos de colégio e me arrisco a dizer que não fui o único. Revolucionando os chamados filmes "coming of age", John Hughes nos presenteou com uma galeria de personagens inesquecíveis que nos fizeram acreditar que jovens são mais do que estereótipos, mais do que vítimas de pais ausentes ou de sistemas educacionais falidos. Os personagens de John Hughes representavam uma nova e realista alegoria do bem e do mal que batalhava nos corredores escolares, na esperança de terem ocasionalmente seu final feliz. Seguem agora 5 lições que aprendi com o mestre dos teen-movies:
5) Você pode ter uma família disfuncional, mas eles te amam: Não interessa que sua família seja um pouco pirada, egocêntrica, ou disfuncional (palavra que provavelmente nem existe em português, mas graças a John Hughes faz parte do meu vocabulário). No final, seja você Samantha Baker em "Gatinhas e Gatões" ou Doyle Standish em "De volta para casa", seus pais muito provavelmente te amam e te consideram a coisa mais importante de suas vidas. Tudo bem, eles até podem esquecer seu aniversário ou te internar numa escola particular elitista, mas no final serão sempre eles aqueles que vão te aconselhar e te abraçar na hora em que você mais precisa.
4) Você não é definido pelo grupo ao qual pertence: Você pode ser um cérebro, um atleta, uma pirada, uma princesa ou um criminoso (citando Brian Johnson). Não é a panela a qual você pertence que definirá seu caráter, ou será que você nunca percebeu que nem todo mundo que anda com os nerds é patético e nem toda patricinha é metida? Seja num "Clube dos Cinco" ou em qualquer outro cenário colegial idealizado por Hughes, a verdade é que jamais devemos estar presos ao momentâneo estamento piramidal que a vida nos apresentar. Podemos transcender entre os andares da socialização e cumprimentarmos uns aos outros nos corredores de vez em quando. Nem os diretores, nem nossos pais e nem nossos amigos são responsáveis por nossas escolhas. Diga não a qualquer um que te categorize!
3) Você tem tudo quando tem melhores amigos: Esqueça os Steffs e foque nos Duckies! Andie Walsh de "A Garota Rosa Shocking" sabe bem que quando você tem melhores amigos, não importa que você não tenha o vestido ideal para o baile ou não namore o cara mais incrível do colégio, você sempre pode contar com o cara legal que more no seu bairro, entenda seus dramas e secretamente tenha uma quedinha por você. Ainda que o sentimento não seja exatamente recíproco, muitas vezes é com o amigo que você poderá contar quando todos os fugazes amores adolescentes se forem. Mesmo os inventados, vide o exemplo de Gary Wallace e Wyatt Donnelly em "Mulher Nota Mil".
2) Você não precisa ser o que querem que você seja: Então seu pai quer que você seja médico, que vá para a faculdade, que se case, tenha filhos e seja tão infeliz quanto ele, vivendo numa casa que mais parece um museu, onde nada pode ser tocado ou dirigido (no caso de uma eventual Ferrari estar ali parada na garagem). Se for esse seu caso, confie nos seus amigos (vide lição numero 3) e deixe-se perder bolando aula enquanto tenta se permitir descobrir o que de fato você quer da sua vida. Arrisque-se num "Curtindo a Vida Adoidado" e aprenda que existe vida fora da sala de aula ou das regras auto-impostas pelo mundo.
1) Você acha que o amor dos seus sonhos é impossível, mas não é: E por falar em não ser o que seus pais querem que você seja, faça como Keith Nelson e aposte seu futuro no improvável rumo do amor de seus sonhos, personificado na perfeita Amanda Jones. Em "Alguém Muito Especial", John Hughes desfez o erro (?) de "A Garota Rosa Shocking" para nos mostrar que - às vezes - o melhor amigo (ou nesse caso, Watts, a melhor amiga) tem sim um final feliz já que o amor ideal nem sempre é aquele que a gente tinha pensado que era. O final mais incrível dos filmes de Hughes é com certeza o que Keith descobre que o caríssimo brinco de diamantes que custou o preço de sua matrícula na faculdade pertence a ninguém menos que sua melhor amiga, motorista da noite, Watts.
Torço todos os dias que surja um novo diretor, roteirista e produtor que saiba entender uma geração tão bem quando John Hughes.
Um comentário:
Opa, conheço esse texto! Hehehehehehe...
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