Pois então, deu saudade de William Bonner e eu estava assistindo o JN ontem quando essa matéria provou que o que eu digo há anos tem sentido.
Faltam pediatras, ginecologistas e clínicos no Brasil
Um levantamento do Ministério da Educação ajuda a explicar por que alguns especialistas médicos andam em falta no Brasil
Filho de pediatra. Marcelo Cascapera decidiu seguir a carreira do pai. Na faculdade foi um dos poucos a querer cuidar das crianças.
“Na época do meu pai, um terço da turma de cem alunos queria fazer residência de pediatria. Hoje, na minha turma, foram 11 de cem. Então é uma concorrência bem menor”, explica o médico residente.
Pediatria, ginecologia, medicina da família, clínica geral. Essas especialidades estão em baixa. Já não atraem tantos futuros médicos. A consequência é a falta de profissionais que afeta serviços de saúde e hospitais.
Em um hospital beneficente em Botucatu no interior de São Paulo, há vagas mas faltam especialistas. Há mais de um ano o quadro de médicos está incompleto.
“Os médicos preferem montar os seus consultórios e fazer o atendimento particular onde a remuneração vai ser melhor e o risco do médico também vai ser menor”, explica o diretor clínico do hospital, Marcos Guazzelli.
Enquanto especialidades básicas estão em baixa, outras que pagam bem e valorizam os profissionais estão em alta. As áreas ligadas à estética como dermatologia e endocrinologia tiveram todas as vagas de residência ocupadas. Já para pediatria e ginecologia e obstetrícia sobram vagas.
Fabiana Freitas escolheu a radiologia que evoluiu muito e atrai cada vez mais.
“Recebe muito investimento em tecnologia. Além disso, interage com as outras especialidades médicas”, afirma a médica residente.
Para o presidente da Associação Médica Brasileira não basta oferecer cursos é preciso pensar no futuro do médico e na necessidade da população.
“Eu penso que nos falta completamente políticas efetivas de gestão de recursos humanos na área de saúde. É importante criar condições de trabalho, valorizar os profissionais sobretudo nas áreas chamadas estratégicas onde mais falta”, argumenta José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira.
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