A tal idosa? Estava doente há DOIS dias antes das filhas exigirem minha presença. Só foi levanda à emergência do município no sábado. Isso prova que a enfermeira estava correta e eu também. Era um caso para internamento e não era uma emergência ('urgência' significa 'o mais brevemente possível', 'emergência' é 'IMEDIAMENTE'). A recém-nascida com 'possível pneumonia', a última que eu atendi naquele dia, estava mesmo com pneumonia e encontra-se internada num serviço de referência.
Na segunda-feira, fiquei sem enfermeira (que resolvia uma problemão de saúde na família) e claro que apareceu um menino com dor de ouvido às duas em ponto! Enquanto eu o atendia e orientava a mãe que quando isso acontecesse viesse mais cedo (elas terminam de fazer o almoço, arrumar a casa e, 'ah, o menino não melhorou, vou no posto'), chegou um casal com uma criança de braço que estava com febre desde a madrugada!!!! Eu avisei que atenderia porque não deixo ninguém com dor ou febre voltar sem atendimento, mas que nem deveria estar ali àquela hora (o motorista do carro está tão acostumado aos atrasos que era só eu naquele dia e ele só apareceu às quinze pras três). Pois o pai da criança disse que se eu estava ali era pra atender. Avisei que estava examinando outro paciente, que a técnica de enfermagem ia medicar logo a criança pra ir baixando a febre. Quando terminei a consulta, cadê o povo?
'A mãe disse que dipirona oral não baixa a febre da menina e foram embora', disse a técnica. OK, escrevi tudo isso na ficha e fui-me embora. A secretária de saúde havia conversado comigo nesta segunda-feira (de manhã cedo), concordado que a situação de sexta-feira precisava de solução e conseguiu alguém pra fazer meu transporte todas as sextas-feiras de agora por diante. O motorista regular só trabalha quatro dias, a enfermeira e a dentista vão comigo na sexta-feira mas pegam uma carona mais cedo, por isso eu fico (ou ficava)dependendo do ônibus dos estudantes.
Como eu argumentei, daquela vez não era uma emergência, mas se fosse, eu TERIA que ficar com o paciente. Nunca me omiti a socorrer alguém. Só me recuso a ser explorada.
Em tempo: peguei o livro de ponto e contei. Foram 13 horas extras em um mês. Tenha certeza, anônimo leitor, que eu quero essas horas. Se não vão me pagar (e não vão mesmo), eu tenho direito a duas folgas. E vou tirá-las. Posso aproveitar para ver Vicky antes que ela vá embora e eu fique aqui, curtindo CSI só com Grissom's Girl. À distância, bem entendido.
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