domingo, outubro 23, 2011

Um amor antigo ou um amor eterno?

Tem dias - e noites - em que a gente se pega sentindo saudade de alguém. Pode ser um amor antigo, um amor eterno, uma pessoa que foi importante em alguma época de sua vida: colega de turma ou de trabalho, um professor, seu vizinho. Pode ser um personagem cuja existência só significa algo pra você ou um que - como uma pessoa 'real - tem diferentes significados para cada um.


Digo isso porque desde essa madrugada me deu saudade de Grissom. Assim, do nada. Eu não vi nenhum episódio de CSI nos últimos quatro dias, não me lembro exatamente quando assisti algo pré-nona temporada, mas não tem duas semanas, eu acho. Só me veio aquela vontade de saber como ele vai. Depois de anos sem Grissom, hoje deu saudade do bug-man.


Grissom me ganhou por ser esquisito: dedicado ao extremo ao trabalho, com paixão por aprender mais sobre tudo, sem medo de botar a mão na massa, sem fazer política e tendo uma das piores políticas de relacionamento chefe/subordinado já registradas. E o time o respeitava, porque ele aprendeu a respeitar cada um, à maneira dele. Eu poderia dizer que Gil vive num mundo à parte, de tão concentrado no que está fazendo. Sinto falta disso no lab. Ninguém mais se concentra desse jeito.


Desde que ele se foi de Vegas, acho que ninguém mais rompeu a couraça de sarcasmo de Brass. Com quem será que ele fala sobre a filha e os casos difíceis? Apenas com a garrafa de scotch? Sozinho, é melancólico. Com Grissom, era dividir um peso. Falando em dividir, sim, eu entendo o arranjo no casamento dele e Sara, tanto por questões profissionais, quanto pela necessidade de espaço que ambos cultivaram ao longo dos anos. Basta dar um tempo pra Griss se ajustar à nova situação - o que pode levar mais uns anos, veja o tempo que levou pra ele se envolver com Sara e depois pra se casarem! Mas é o tempo de Grissom, não o meu, ou o seu.


Sinto. Sinto falta do meu entomologista citando Shakespeare em cenas de crime, lendo Thoreau no trabalho, conversando com o Dr Robbins, convivendo com Ecklie porque era o jeito. Sinto falta da sala cheia de objetos nunca completamente identificados em todos aqueles anos. Ver aquela sala vazia me balançou, especialmente agora com o novo supervisor. E, quando a gente sente saudade, lembra com carinhos até das pequenas implicâncias. Eu, por exemplo, sempre quis pôr a mão naquele chapéu horrível e excluí-lo dos bens utilizáveis do planeta, exceto como combustível.


Sim, eu adoro perícia. Adoro ciência e o modo como juntam tudo com os motivos, e quase sempre tudo se encaixa - embora passe metade do episódio ou reclamando por algum erro técnico básico, ou deduzindo os resultados. Adoro os ratos do laboratório, tenho os CSI mais antigos como uma família meio doida (como toda família de verdade), mas todo grupo tem uma figura central, uma cola. E eu sempre achei que fosse Grissom. Continuo achando. Mas bem que ele podia aparecer pra uma visita aos velhos amigos.

2 comentários:

Grissom's Girl disse...

Mexe e vira dá uma baita saudade dele mesmo, né?
Eu também sinto e tento me consolar com alguma fic da Danie, mas nada como tê-lo de volta. O que, ao que me parece, nunca vai acontecer.
Saudade do tempo que passou. Passou e infelizmente não volta mais, como quase tudo que é bom na vida.

Odessa Valadares disse...

Voltar, ele até volta, como 'participação especial' não creditada, mas como é em nome de um bem maior ( a saúde, felicidade e sanidade de WP), eu aceito numa boa.