sexta-feira, dezembro 09, 2005

Duvida?

Este post é de abril. Tirando Ado e Nikita, está tudo igual.

Sei lá que dia é hoje

Enjôo persistente. Não, não estou grávida. Esse enjôo me acompanha há uns quinze anos. Voltou há uns tempos. Vem me perseguindo nos últimos dias
E lá vem Niki, arrastando o pano de chão. Já pegou os sapatos de Ado, tirou as meias. Tão meiga ela é. Adora Tic-tac de menta. Está ficando grisalha. Interessante, ela que vive me enlouquecendo e é quem fica com os cabelos brancos. EU quem devia estar grisalha.
O apartamento tá uma zona. Cansei de arrumar e viver tudo bagunçado mesmo. Tem tanta coisa pra ler, pra estudar, tem tábuas do guarda-roupa por todo canto, serragem, desenhos de projetos do escritório, do quarto de Niki, do quarto de dormir. Roupas pra passar, roupa lavada estendida na corda, mais roupa pra lavar. Finalmente o chão do banheiro está limpo, mas foi preciso limpar com ácido muriático (blearg). Meu pé de jibóia parece que se foi mesmo. O pé de pimenta quase ia morrendo, de novo. É muito sensível à falta de água.
Domingo eu consertei o ferro de passar enquanto ouvia a corrida de F1. É duro reconhecer, mas aquele s.o.b. do alemão é mesmo um piloto incrível. Largar de 13º e chegar em segundo, deve ter algum pacto com Lilith ou o próprio Lu. Ontem foi dia de consertar o ventilador. Pois não é que essa cachorra maluca bateu nele enquanto corria e voou pedacinho de plástico pra todo lado? E isso depois de ter desmontado e montado o motor, pra descobrir que tinha uns parafusos faltando (como é que esses parafusos caíram e eu não vi?).
Agora Niki está roendo o osso em cima do meu tapete de estrelinhas! Nada contra quando ela cochila nesse tapete, aquele calorzinho aos meus pés de madrugada. Mas agora ela não me deixa escrever. Tem hora que parece um bicho-carpinteiro (alguém sabe afinal como é esse tal bicho?)
Certamente eu tenho uma visão alterada da realidade. Depois de assistir “Antes do pôr do sol”, um roteiro maravilhoso, eu desabei de vez e não fui trabalhar ontem, nem sei se vou amanhã.
“Tanto a fazer, tão pouco feito”. Acho que foi Churchil quem disse isso.
Ando pensando em pintar as paredes, uma de cada cor. A minha impressão é que está tudo cheio de manchas, de marcas. Vontade de tomar um porre, de quebrar tudo, apagar os arquivos do HD, de me apagar. (O que será que acontece se um cachorro come todos os tic-tacs da embalagem?). Tenho que comprar massa para madeira, tinta branca fosca, massa corrida, buchas (No 8 ou 10?) , parafusos, suportes pra prateleiras (o guarda-roupa desmontado rendeu tanta tábua que finalmente meu serrote arranjou o que fazer), comprar tempo, paciência, coragem e uma roupa que caiba em mim sem parecer que foi da minha mãe.
(Hum! Cachorro com hálito de menta). Jogar metade dessa papelada fora, desses posts, jogar tudo pro alto- emprego, idéias, cachorro, plantas- jogar contra a parede, entregar o apartamento e jogar fora a coleção de canecas de cerâmica, doar os livros de poesia e rifar a coleção de AX, recolher os livros que emprestei e devolver os que peguei emprestado. Jogar minha vida fora, numa lata de lixo não-orgânico e não-reciclável.

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