Já que a Fal está colecionando exemplos de meninos mal-educados, resolvi postar novamente essa história, que aconteceu no início deste ano.
Silêncio. Eu quero rezar!
Fomos à missa depois. Pois dá pra acreditar que havia um menino sentado no chão e jogando videogame, com som, durante a missa? E esse era o mais educado, porque não fazia muito barulho. Havia mais dois, de uns quatro ou cinco anos que não pararam durante toda a cerimônia. A Igraja lotada. Eu não via o padre, só ouvia, e tentava me concentrar com as crianças aos gritos, correndo na minha frente. E era um sermão tão lindo! O cúmulo foi durante o Pai-Nosso. O padre, acho que ele é da Carismática, resolveu fazer algo diferente e iniciou a Oração de São Francisco. Eu não escutava nada. Fiz “psiu” bem alto. E os meninos nem aí. ”Silêncio”. Nada. Eu já não cantava, berrava, tentando ouvir minha voz, porque a do padre já tinha sumido. Parei, olhei pros meninos e disse “meninos, vamos rezar?”. Parecia que eu tinha falado aramaico. Acho que ninguém explicou que aquilo era uma Igreja, pobrezinhos. Imagina pedir pra “comprender mais que ser compreendido” quando queria dar uns tapas naquelas pestes. Até que perdi a paciência e me ajoelhei pra falar com eles. Expliquei que era preciso silêncio pra rezar e perguntei pela mãe deles. Não souberam responder. Eu falava mesmo aramaico e não tinha tecla SAP. Depois disso eles continuaram conversando enquanto eu tentava rezar e de repente sumiram. Acho que a mãe chamou-os.
Pra quê alguém leva crianças para a missa se não é pra ensinar a rezar? Se ainda fossem muito pequenos! Mas não eram. Se conseguiam estabelecer uma conversa sem fim, eram capazes de entender o que era uma missa. Naquele dia lembrei de uma amiga que adora declarar “eu chutaria criancinhas”. Eu adoro crianças. Crianças bem educadas, ressalte-se. O resto da missa perdeu a graça, eu não fiquei cheia de energia pra semana e sim tremendo de raiva.
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