Alguém me explica o que é que eu continuo fazendo aqui?
Eu falo de coisas que ninguém à minha volta entende, ou se importa. Falo de gente que ninguém conhece, prefere ignorar, ou simplesmente não suporta. Ouço músicas que quem passa os dias comigo, sequer ouviu falar. Me emociono com textos que a maioria nunca leu.
Passei a vida querendo fugir de casa, sabendo exatamente o que levar na bagagem, seguindo o princípio do Tao de saber o que é o bastante, pra sempre ter o bastante. No momento, eu preciso de três ou quatro caixas pros meus livros. Dispenso a coleção de revistas do Batman. Quem quiser, que leve os livros de Medicina.
Ah, eu leio. Não tão compulsivamente quanto a alguns anos, nem tão indiscriminadamente, mas continuo achando que ler é a melhor coisa do mundo. A melhor, sem discussão. Nada mais me transporta a outros mundos dessa forma, embora o cinema e o teatro cheguem perto, mas pra isso eu preciso de mais gente além do autor. Leitura é o melhor custo/benefício em matéria de viagem, com riscos mínimos.
Eu assisto programas de TV que raramente posso discutir, gosto de assuntos que quase nunca posso aprofundar. Passei a criar mundos e pessoas pra poder partilhar tudo isso. Amo desesperadamente gente que ninguém mais conhece. Fico rindo na madrugada, de coisas que os outros não entendem. Descobri que quando assumi minha esquisitice, comecei a ser verdadeiramente feliz. E finalmente cheguei à conclusão que meu maior dilema nos dias finais será que histórias irei rememorar, se me for dado tempo pra isso.
Quem sabe na próxima vida, eu consiga achar meu lugar.
3 comentários:
Relaxe Hermanita; crie seus mundos, leia seus livros, seja feliz. É o que importa :-)
Eu mesmo não consigo acompanhar tudo o que você consegue abarcar, mas o pouco que consigo procuro acompanhar mesmo, e é legal :-)
Beijos Beijos
El Lo O Hermanito
Tô na mesma caminhada, tentando achar meu lugar, senão nessa em outra vida. Porque não?
Dá cá a mãozinha, fia.
beijos
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