terça-feira, julho 15, 2008

Fazendo um balanço

Trinta e dois anos
Eu tinha cinco metas na vida: casa, cachorro, computador, carro e carreira. Aos 30 anos deveria tê-las alcançado. Continuo vivendo de aluguel, mas consegui sair da casa da minha mãe. Desisti de ter um carro (você só acumula dívidas, polui o planeta e engorda). Não tenho mais cachorro. Carreira? Estou licenciada pelo INSS até dezembro porque entrei em surto devido ao stress da profissão. Sobrou o computador .

Nota: meu computador se chama Fátima, em contraponto ao meu palmtop, carinhosamente chamado de William Bonner, uma vez que sabe tudo que é preciso saber.

Aos 32, eu não costuro nada (nem gente eu suturo mais) mas sei bordar com miçangas impecavelmente, tenho 18 quilos acima de meu peso ideal (orgulhosa da perda de outros 15 quilos) e voltei a me exercitar recentemente devido à venda do carro. Graças ao meu companheiro, comecei a conhecer música internacional, acho que não nasci pra ser casada, e continuo com a certeza de que não devo ser mãe. Finalmente comprei um teclado (ainda que só toque de ouvido), sou apaixonada pelo simples som de um violão e assumi minha voz cantando “na noite” porque não tem vizinho do lado do escritório. Aprendi a cuidar de plantas, sei tirar manchas de quase tudo em roupas, tenho certeza que arear panelas é uma perda de tempo e que lavar roupa é a melhor terapia já inventada (ainda que finalmente tenha me rendido a uma máquina de lavar roupa carinhosamente chamada de “Amélia”).
Aos trinta e dois, eu fiz dois cursos de línguas, por causa de CSI destravei meu inglês e ressuscitei meu espanhol, estou esquecendo meu amado francês e descobri que onde moro dão curso da LIBRAS (linguagem brasileira dos sinais para deficientes auditivos). De alguma maneira, minhas cólicas menstruais praticamente desapareçam mas minha acne está cada dia pior (ainda que minha adolescência já tenha até atestado de óbito). Com trinta e dois, eu devia estar belíssima como minha mãe era nessa idade, mas estou com corpo dela agora aos 62. Cansei de ler os livros que gostaria de ter escrito e comecei minha própria história, ainda que fuja dos encontros com antigos conhecidos para não mostrar o quanto falhei.
E eu era a melhor aluna de minha turma.

4 comentários:

Lylian disse...

Que bom reencontrá-la pela internet, fiquei muito feliz ao ver o seu comentário feito no meu blog.

Quanto a vida moderna, ri muito ao ler o texto porque algumas das opções colocadas no texto eram feitas por mim sem perceber e que depois de algum tempo isso é colocado por terra porque não é bom para a saúde.

Fiquei pensando quando olhei o seu balanço porque se eu fizer um agora com trinta anos de vida, que passaram rápidos demais goataria que tivessem passado mais deveagr para aproveitar mais, não fiz muita coisa que planejei antes de chegar esta idade, pelo visto não sou muita boa para cumprir prazos quando se trata da minha vida, tenho que parar de atender só os prazos alheiros e pensar em mim também.

Beijos para você

Anônimo disse...

Oi... já me sinto parte desse mundo da dor de cabeça mesmo. voltou tudo. adorei o blog.
grazielalorena@gmail.com
manda um e-mail pq nao achei o seu para enviar um.
abraço

Anônimo disse...

Odessa,
Posso sugerir uma coisa? Experimenta dança de salão. Eu amo...Além de todo bem que faz como higiene mental, ainda emagrece...Beijos...

Odessa Valadares disse...

Pois é, eu AMO dança, mas no momento estou sem salário, esperando o dinheiro do INSS. Enquanto isso, eu danço em casa. Ontem a trilha sonora foi "Dirty Dancing", os dois CDs de uma vez!