Antes que eu me esqueça: tive um estalo e fui conferir. Dito e feito, meu nome não estava na folha de pagamento porque a secretaria de saúde (aquela que esqueceu que eu ainda trabalhava pra eles) não avisou ao departamento de contas.
'Não, doutora, a senhora não vai perder seu dinheiro. Ele vem junto com o salário de fevereiro'. Esse povo vive de brisa, é? Eu é que vivo em dezenas de realidades ao mesmo tempo, nunca confundi meus personagens, minhas histórias, nunca chamei um de vocês com o nome deles, nem esqueço que tenho aluguel, comida, conta de luz, coisas assim. Vai que o secretário de administração não paga aluguel e se nutre com luz solar. 'E como eu pago meu aluguel e faço a feira, doutor? O último pagamento do benefício do INSS foi no início de dezembro'.
Não sei quem fez o quê, mas só saí de lá com o acordo que meu salário será pago esse mês através de 'empenho' (um termo chique pra pagamento de serviços a terceiros que não prestam serviços habituais à instituição pública) e na mesma época dos meus colegas. 'O erro não foi meu, porque foi com vocês mesmos que eu falei pra assinar logo meu contrato, estava com xerox dos documentos e foto no primeiro dia útil de janeiro'. Pura verdade e eles não podiam mesmo negar.
Se o tribunal de contas suspendeu os contratos, se o funcionário da secretaria de saúde esqueceu de passar a CI pra quem faz a folha de pagamento, problema dele, porque foi pra ele mesmo que deixei a papelada necessária. 'A senhora entende, início de ano, nova gestão'. Entendo, claro. Meu dinheiro, por favor.
Já dizia Fox William Mulder: 'Não confie em ninguém'.
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