'Cachorro velho não aprende truque novo'. Não é verdade, viu? Só precisa mais tempo e paciência, mas o cachorro aprende. O mesmo raciocínio se aplica às novas regras da ortografia.
Desde que assisti uma entrevista com um autor português (acho que foi Saramago, mas não confiem na minha memória, eu esqueci até de nascer) que defendo a mudança. Anônimo leitor, você já leu um livro 'no português de Portugal'? Eu já. 'O Códico DaVinci' ficou pior do que já é, e eu tenho uma boa cultura. Boa o suficiente pra saber que 'telemóvel' é 'celular' e adoro Camilo Castelo Branco, mas quando um livro atual parece tão indigesto quanto 'Os Lusíadas', escrito há séculos, há algo de errado com a língua.
Você lê autores ingleses e americanos e não se atrapalha, lê autores franceses e canadenses sem confusão, por que eu sou brasileira e não me entendo com a literatura portuguesa? A reforma é necessária, mas chata. Eu nunca aprendi as regrinhas de acentuação, de conjugação, etc, etc (é agora que Fal me corta do caderninho dela, desculpa professora). Falo e escrevo certinho porque devoro livros e outras publicações de manhã à madrugada, com literatura de boa qualidade.
Mas... até o novo word chegar por aqui com o revisor ortográfico, eu continuarei escorregando nas novas regras. Como você, raro e anônimo leitor, deve ter aprendido as mesmas regras que eu, nós nos entendemos. Tá, eu nunca tive paciência pro trema (agora os puristas me excomungam) e nunca soube o que tinha hífen (quando aprendi, mudaram a regra), mas 'veem' é esquisito demais. O que será que pega dessas regras? A população segue o que lhe convém e não porque está nos livros. Se a regra for sensata, eu aceito, senão, fico com Luis Fernando Verissimo: "A gramática tem que apanhar todos os dias para saber quem manda"
P.S.: Reconheço a qualidade do enredo de 'O Código DaVinci', mas o autor não sabe prender o leitor. Demorei UM MÊS lendo aquilo. UM MÊS! 'A Ordem da Fênix', com tamanho similiar, foi lido em nove horas. Por isso, Rowling está mais rica que Brown.
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