quinta-feira, maio 27, 2010

Haja paciência (e lítio)

Então, a minha paciente se foi, em paz. Ainda tenho uns casos graves, mas acho que o pior já passou. O cronograma dos próximos dias é fotografar e medir a casa, chamar o pintor pra fazer o orçamento daqui (e de lá), comprar tintas, trocar o estofado das cadeiras da sala de jantar e do sofá, ver o que falta no banheiro novo, mudar o endereço da correspondência, encontrar um gesseiro. A lista de coisas a comprar está enorme. Quero pintar uma parede da sala de jantar, uma do escritório, etc. Preciso ter uma noção das cores com o estofador, pra saber o que vou usar nas paredes da casa nova. O mais urgente é medir e fotografar a casa nova, pra começar a ter real noção de espaço, além de contratar o pintor pra essa daqui, porque cada idéia que eu tiver DEPOIS da pintura feita, vai me custar mais dinheiro. Ontem, eu deixei um aviso pra dona da casa: se ela ainda não comprou a tinta da pintura externa, eu gostaria que fosse cor de goiaba. Eu sempre quis ter uma casa cor de rosa-chá. Goiaba é o mais próximo. Vai combinar com meus sinos dos ventos. Deve ser por isso que pensei num sofá goiaba.

Pois é, estou aqui, decidindo qual a cor pra cobrir o sofá amarelinho-claro que nem parece que tem 9 anos de uso. Os pufes são marrom-escuro, não há poltronas. ‘Cobre com uma cor contrastante’, sugere minha correspondente. Eu pensei justamente o contrário. Cobrir de chocolate, e jogar mantas claras e almofadas. Também pensei em cobrir com goiaba, porque a tendência é de sofás claros. Posso aceitar um bege, por exemplo, mas goiaba clarinho não ia ficar uma graça? Fica legal com uns pufes marrons. Se o homem não tiver a cor, vai ser chocolate mesmo. E posso fazer uma capa de outra cor, pra ficar mudando o ambiente de vez em quando. Creme, por exemplo. Também pensei num sofá mostarda porque ficaria muito próximo à cor original e não mudaria demais.

De acordo com a cor do sofá, decido a cor da parede da sala. Os móveis da sala de jantar são amarelos, de madeira, como cerejeira. Eu sempre pensei numa parede cor de telha, por causa dos estofados da mesma cor, mas estou repensando a idéia, porque tem um quadro aqui, com uma borboleta multicolorida que ganhei de aniversário e nunca pude pendurar. Também não encontro projetos pra pergolados cobertos pra me orientar. A internet pra pergolados cobertos é, definitivamente, uma negação. O máximo que a gente encontra é 'jardim interno'.



Preciso começar a trazer as caixas e tocar a embalar. Depois de anos fazendo mudança, embalar e etiquetar é fácil. Eu tenho um monte de coisinhas pra fazer e pra me desfazer. Por exemplo, há muitos anos, a TV daqui levou uma queda e rachou a moldura. Eu nunca levo pra consertar e é coisa simples. Vou me desfazer da minha escrivaninha, do carrinho da TV e da mesa do computador. Tudo tem uns dez anos ou mais de uso e nem fui eu quem escolheu tudo. Ou seja, eu vou passar os próximos dias colocando coisa fora, o que vai diminuir o volume em minhas estantes porque o que eu quero mesmo é resolver a história das estantes. Eu tenho certeza que tenho uma revista com o projeto. Vou precisar orientar o gesseiro, providenciar umas coisinhas enquanto a casa não está pronta, pra não ter que quebrar depois. Instalar a parabólica logo, por exemplo. A TV não me faz tanta falta por uns dias. Estou imaginando como transferir a internet. Serão dias e dias, se bem conheço o pessoal da manutenção.

Imagine fazer uma mudança sem um carro, pra transportar o material delicado porque o pior da mudança são as coisas pequenininhas, que você precisa deixar pra última hora porque não confia em mais ninguém transportando sob o risco de danificar: louça, eletrônicos, a roupa lavada e passada, a comida da geladeira, os enfeites, tudo que quebra, as gavetas da cômoda e as plantas. Em mudança, parece que ninguém tem o mínimo respeito ou cuidado com os bens alheios. Bom é fazer isso com carro próprio, mas o jeito vai ser contratar um motorista. Dessa vez, eu tenho uma vantagem. Posso ir tirando as coisas pequenas aos poucos quando a casa nova estiver com pelo menos um quarto OK. Vou levando pra lá e deixo trancado. Meu irmão disse que vem me ajudar, mas eu prefiro que ele venha um fim de semana antes, com a furadeira, pra colocar armários, varões de cortinas, prateleiras, etc. E deixo a mudança grande pra um dia só.

Pelas minhas estimativas, entre multa por quebra de contrato, fiança pra casa nova, mudança, consertos e pintura da casa atual, e benfeitorias na casa nova, lá se vai minha restituição do IR, que eu nem recebi ainda. Ainda bem que eu previ esse gasto no início do ano.

Mas quando eu olho tudo arrumado aqui e imagino o caos das próximas semanas, resolvo que preciso acrescentar mais um item na lista de compras: clonazepam. Muito clonazepam. E garantir o lítio, ou tudo vai pro espaço rapidinho.

Um comentário:

Paulo Xaxá disse...

Furadeira afiada...,opa, afinada e pronta para uso :-)