sexta-feira, dezembro 17, 2010

Transplante cura paciente com aids

Americano ficou livre do HIV após receber transplante de células-tronco. Pesquisadores, porém, advertem que método não pode ser generalizado

ALEMANHA – Um homem americano está livre do HIV mais de três anos depois de receber um transplante de células-tronco, o que seria o primeiro caso de cura do vírus causador da aids. A informação consta de um relatório de pesquisa de sete cientistas da Universidade de Medicina Charité de Berlim, na Alemanha, publicado pela revista Blood, da Sociedade Americana de Hematologia. O texto da publicação "sugere fortemente que a cura do HIV foi alcançada".

Embora a técnica de tratamento altamente letal aplicada no homem possa não funcionar para a maioria das 33 milhões de pessoas que vivem com HIV em todo o mundo, os cientistas afirmam que a pesquisa revela um avanço importante na direção de uma cura universal.

O paciente, que tem cerca de 40 anos e mora em Berlim, recebeu um transplante de sangue feito a partir de células-tronco adultas em 2007 para tratar uma leucemia. O doador tinha uma mutação genética que conferia uma resistência natural ao vírus HIV. Três anos depois do procedimento, os médicos constataram que o paciente não tem sinais do câncer ou da infecção por HIV, segundo o relatório publicado na revista Blood. "É interessante comprovar que medidas extraordinárias podem curar alguém com o vírus HIV. Porém, o procedimento é muito arriscado para se tornar o tratamento padrão", afirmou o médico Michael Saag, da Universidade de Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, e conselheiro da HIV Medicine Association, instituição formada por médicos especialistas em aids.

Os transplantes de medula óssea ou de sangue criado a partir de células-tronco adultas são usados no tratamento contra o câncer. O processo envolve a destruição do sistema imunológico do paciente com radiação e medicamentos e a sua substituição a partir das células de um doador compatível. O risco de mortalidade do procedimento é de cerca de 5%. "Não podemos aplicar a descoberta nos pacientes saudáveis porque o risco é muito alto, principalmente se eles estão respondendo bem aos antirretrovirais", ponderou Saag.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Jornal do Commercio.

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