sexta-feira, janeiro 20, 2006

Presente pra médico

Então, a paciente agradecida me trouxe um presente por curar a tosse de um mês, que não era tuberculose, nem nada. O presente tinha sido prometido, mas eu não imaginei que fosse tanto: uma galinha. Viva.
Já ganhei uma galinha antes, mas aquela veio mortinha e limpa. Até temperada estava, mas essa... Essa veio viva, com aquele ar inocente, botando a cabeça pra fora da sacola. Quando a mulher saiu, depois de eu agradecer muito (pois eu me derreto toda com essas gentilezas), eu tive uma crise de riso. O que é que eu ia fazer com uma galinha dentro de um apartamento? As recepcionistas deram a idéia de levar pra cozinha do hospital, que lá as cozinheiras matavam.
Mais tarde, lá vem a cozinheira me dizer que não podia matar a galinha, porque ela estava choca. E comer galinha choca faz cair o cabelo. Pessoalmente, eu não acredito nessas coisas, mas é preciso respeitar a crença alheia quando se é médico.
Então, a cozinheira levou a Cremilda (ela tem mesmo cara de Cremilda, a tal galinha) pra casa, pra botar os ovos e só então matar. Ela que fique com os pintinhos. já pensou? Galinha e pintinhos num apê?

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