Dia de estrela

Fazendo bolo com a desculpa de que é pro aniversariante, torcendo pro gás não acabar, sem coragem de montar a árvore. Considere a dificuldade de calcular ceia pra um! Não terminei de pintar o baú de vime, a faxineira viajou e a vizinha esvaziou a piscina (deve ser uma piscina, pelo tanto de água) lá do segundo andar. A parede do meu quarto está manchada de umidade, de novo. O pergolado precisa ser lavado, por causa da mesma piscina. Quando não é o filho deles jogando coisas, é água. Não, eu não vou lá reclamar. Cansei de ser diplomática (hermano, alguma vez eu fui diplomática? Lembra aí). Quando eu me encher, será de uma vez. Nada de polícia, porque entre a polícia daqui e nada, melhor nada. Uma vez que é Natal, estou me dando o seguinte presente: tirando a campainha da tomada e desligando os telefones.

Eu não me importo com músicas de Natal, repetidas infinitamente. Afinal, é Natal. Mas escutar 'n' vezes, o refrão 'vou não, quero não, posso não, a mulher não deixa não', me coloca a ponto de matar quem compôs, quem gravou, quem produziu essa porcaria, e dar uma surra no infeliz que vendeu na banca pirata. Quem comprou, bem, a gente tranca numa sala e toca tudo dos Novos Baianos, da Jovem Guarda, dos Beatles, dos Rolling Stones, do Muse, de Mozart, até a pessoa aprender o que é música. A alternativa cruel seria Justin Bieber, mas afinal, é Natal.

Pra quem curte:

Imagem: Achados de Decoração.

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Falando em aniversário: 'Feliz pré-adolescência, Antônio Eduardo!'