Em Recife, ser seguida por uma bicicleta às sete da noite pode ser motivo pra pânico. Na verdade, a bicicleta estava emparelhada comigo e manteve a mesma velocidade que eu, a pé. Pensei: "Vai que o cara tava só dando uma olhada", então encarei. Era um senhor, de uns 60 anos, magrinho, que olhou de volta e manteve a velocidade. Não tive dúvida: parei na primeira casa que tinha gente. Umas mulheres estavam no portão, uma delas se despedindo. Ficamos ali, conversando e de olho na bicicleta, que seguiu, devagarzinho, até a altura de um bar bem movimentado, ao lado de onde moro. Se ele estivesse me esperando dava pra gritar por socorro ou entrar no residencial onde moro.
Vai ver que era só um velhinho com artrite ou (muito improvável) que gosta de admirar mulheres gordinhas, mas a gente anda vendo chifre em cabeça de cavalo, por via das dúvidas.
Amanhã eu vou começar a procurar um carro.
Um comentário:
Pois é, menina, parece síndrome do pânico, né? mas é resultdo de tudo que é ruim que a gente lê, ouve ou vê.
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