Do 'A seu tempo'
'Imagine uma engrenagem. Dentro dela há rodas dentadas, eixos – nos quais as rodas estão fixadas – e um dispositivo para dar corda, que geralmente fica voltado para fora.
Agora, imagine que uma mão venha e dê corda na engrenagem transmitindo aos eixos a informação: “vire para a esquerda”.
O que o eixo fará? Transmitirá a todas as rodas a informação que recebeu. E todas elas girarão para a esquerda.
Não adianta o eixo tentar passar outro impulso. O impulso que recebeu foi aquele. Não adianta o eixo perguntar às rodas: “rodas, vocês têm outra opinião?”. Não adianta!
Por mais que as rodas queiram girar para a direita, ou que queiram dar meia volta para a esquerda e meia para a direita, ou uma para a direita e duas para a esquerda. Não!
Se uma roda tentar fazer isso há apenas três possibilidades: a primeira é ela forçar as outras rodas, o que vai tensionar a engrenagem, fazendo com que ela não funcione; A segunda é ela rachar, sendo imediatamente substituída; a terceira é ela tentar tão forte ao ponto de se desafixar do eixo e pular para fora da engrenagem. De qualquer forma, ela atrapalhará o funcionamento do trabalho e será de pronto substituída.
Da mesma forma o eixo. Se ele transmitir uma mensagem diferente da que lhe foi passada, a engrenagem não funcionará da maneira que o operador quer e a máquina terá que ser aberta, as rodas dentadas destacadas, um novo eixo colocado e, finalmente, reposicionadas as rodas.
O operador não quer saber a vontade das peças. Não quer saber se as rodas se desgastarão mais rápido rodando para aquela direção, não quer saber se aquela velocidade vai fazer os destes das rodas se quebrarem. Não! Tudo que o operador quer é ver a engrenagem funcionando conforme sua vontade – na maior capacidade de produção possível.
Assim é a empresa onde trabalho.
E eu sou uma roda dentada!'
Sábia Grissom's Girl, não é que eu também sou?
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