sexta-feira, maio 15, 2009

Everybody Hurts

(Berry/Buck/Mills/Stipe)

When your day is long and the night, the night is yours alone,
When you're sure you've had enough of this life, well hang on
Don't let yourself go, 'cause everybody cries n everybody hurts sometimes

Sometimes everything is wrong. Now it's time to sing along
When your day is night alone, (hold on, hold on)
If you feel like letting go, (hold on)
If you think you've had too much of this life, well hang on

'Cause everybody hurts. Take comfort in your friends
Everybody hurts. Don't throw your hand. Oh, no. Don't throw your hand
If you feel like you're alone, no, no, no, you are not alone

If you're on your own in this life, the days and nights are long,
When you think you've had too much of this life to hang on

Well, everybody hurts sometimes,
Everybody hurts. You are not alone
Everybody cries. And everybody hurts sometimes
And everybody hurts sometimes. So, hold on, hold on
Hold on, hold on, hold on, hold on, hold on, hold on


Nem só de música agitada vive R.E.M., nem só de cenas sugestivas e sensuais vive Vettriano, e sim: eu preciso viver um dia de cada vez.



'A Fishergil, by Jack Vettriano (signed Hoggan)'

quinta-feira, maio 14, 2009

Dor de Cabeça e Depressão

Esse artigo do Dr. Alessandro Loiola sobre cefaléia tensional está excelente. Eu indico e acrescento:

Nome elegante pra 'dor de cabeça por causa de aperreio', a cefaléia tensional tem uma variante: a cefaléia de alta tensão. Insuportável e incapacitante. É interessante notar que pacientes poliqueixosos (múltiplas queixas importantes numa mesma consulta, que 'vivem no consultório médico') geralmente se queixam de alguma dor recorrente, que já foi investigada por mais de um médico, medicada com diversos fármacos, sem resolução ou alívio efetivo. Dessas dores, a cefaléia é a mais comum.

Na verdade, dor de cabeça não é uma doença, mas um sintoma, um aviso que algo não está certo (mesmo que seja só por ter passado da hora de comer) e eu conheço pelo menos duas pessoas próximas que sofrem de cefaléia (ambas 'têm enxaqueca' diariamente) há mais de uma década. Nenhuma das duas pessoas aceita que a causa está relacionada... a depressão!

Anônimo leitor, viver com dor de cabeça, dor nas costas, dores no corpo que os médicos não descobrem o que é e que não resolvem pode ser um sintoma de depressão. A população (e parte da classe médica) ainda associa depressão com gente triste e chorosa. Eu não sei qual a definição mais atual, mas como profissional e paciente, declaro: uma pessoa com depressão é alguém cuja qualidade de vida é insatisfatória porque todas (ou a maioria de) suas atividades diárias não causa prazer e/ou causa algum grau de desconforto, levando a crises de tristeza, ansiedade E/OU irritabilidade importantes. É alguém sem alegria de viver e que não acredita mesmo que há solução pra isso, porque acha que já tentou de tudo ou que sua personalidade é aquela e pronto.

Quando eu era estudante de Psiquiatria (isso já faz uma década), aprendi assim:
- existe depressão reativa a uma situação específica (luto, empobrecimento ou enriquecimento súbito, diagnóstico de uma doença grave,perda de emprego, aposentadoria, depressão pós-parto, etc),
- existem doenças que têm depressão como sintoma (dizemos o paciente tem 'sintomas depressivos' no hipotiroidismo, por exemplo, e não que o diagnóstico é 'ele tem depressão e hipotiroidismo'. Isso inclui as doenças psiquiátricas, como Psicose maníaco-depressiva. O paciente é maníaco-depressivo, bipolar ou como quer que chamem agora, mas ele não é 'depressivo' ou 'tem depressão'. É outra doença),
- existe a verdadeira depressão (que é mais comum em mulheres, geralmente há mais de um caso na família, é relacionada à deficiência de serotonina, etc).

A cada vez que converso com minha ex-professora de psiquiatria, tem tanta novidade sobre depressão que dá vontade de voltar pra faculdade e estudar tudo de novo, por isso devem ter mudado a classificação, mas o que importa é: depois que depressão tornou-se uma doença conhecida (graças ao PROZAC, primeira medicação efetiva, os pacientes foram melhorando e comentando com outras pessoas o que era depressão e que tinha tratamento), muitos médicos não têm como alegar que não sabem o que é isso e quais os sintomas!

Ocasionalmente eu recebo um(a) paciente no PSF cuja ficha mostra diversas consultas anteriores com os médicos que me precederam no serviço. A pessoa tem dor de cabeça (habitualmente os 'colegas' nem descrevem as características da dor, vão logo escrevendo 'Enxaqueca. Conduta: Neosaldina' ou algo semelhante), não dorme bem, tem umas dores imprecisas pelo corpo, é conhecida na família como 'chata', 'briguenta', 'reclamona', 'exigente' e briga até com as paredes ('ranzinza' não é preciso o suficiente pra um paciente com depressão descompensada). Ele/a não vive chorando, nem pensando em se matar, então os médicos não pensam em depressão.

E assim, essas pessoas vivem tomando analgésicos (há estudos sugerindo que mesmo dipirona e paracetamol causam dependência química), brigando com todo mundo e sendo evitadas pelos outros 'porque ninguém aguenta fulano/a', infelizes e tornando os outros infelizes, acordando para mais um dia de uma vida difícil e carregando um peso desnecessário. Causa-me uma satisfação impossível de descrever quando uma dessas pessoas volta e me diz que a medicação que eu prescrevi está ajudando, que a dor passou ou diminuiu, que o casamento melhorou, etc. O problema é quando a pessoa descobre que precisa usar a medicação todos os dias. Como na diabetes, hipertensão arterial ou hipotiroidismo, o tratamento da verdadeira depressão é contínuo e inclui outras medidas além da medicação, e nem todos aceitam essa mudança de vida.

A propósito:

'Just Another Day, de Jack Vettriano'

Da Fal

"Quando uma pessoa de bem não se choca com canalhice, é hora de rever o termo pessoa de bem. Porque canalhice é canalhice, leitorzinho matreiro, não se iluda jamais".

Anônimo, eu já contei sobre essa última semana? Melhor não. Lendo o 'Drops da Fal' percebo que não fui a única ultimamente com dias bons de se esquecer. Eu já disse que amo a Fal?

Tá, eu já disse. E daí? Ela está coberta de razão quando diz que a convivência rotineira com o leitor/fã destrói o mito do ídolo (ela não diz com essas palavras, mas diz). E, como Silvana comentou com ela, raramente a gente 'descobre que o ídolo é como a gente imagina ou ainda melhor' (por isso, Silvana não quer conhecer Meryl Streep ou Clint Eastwood jamais). Concordo! Melhor eu com minhas ilusões que eu completamente sozinha.

(Falando nisso, indico ou não indico a nona temporada de CSI pra Fal? Será que isso entra na classificação de 'convivência rotineira'? É no que dá ter uma família de coração: conflitos virtuais)

***

Ah, presentinho da Suzi, que conheci por causa da Fal, claro.


'Rosas do Jardim de Suzi'

Ela mesma quem plantou. Que mão artística, anônimo leitor, que mão!

quarta-feira, maio 13, 2009

Aliás,

Adorei as indicações de Dona Marta (mãe de Fernanda):

Site da Martha Stewart. Dá pra acreditar que essa rosa aí embaixo é de papel?! Eles ensinam a fazer cada flor... Lembrei das minhas irmãs de alma (e da mãe de ambas, Lúcia) que fazem esse tipo de trabalho com tal facilidade que eu fico boba.



A vida escrita a Mão, da Márcia, que mora na Inglaterra. Conta aventuras, ensina a cuidar da saúde do planeta e dá receitas carinhosas. Com Vicky indo pra Westminster, acho que D. Alice (mãe de Vicky) vai adorar o fato da filha manter um blog também, pra acompanhar tudo!

Chega de Bagunça!. Cheio de dicas pra organizar a vida, bem parecido com as aulas da Escola Doméstica de Natal, onde 'fui educada'.

(Já disse que tenho saudade de três coisas em Natal? ED, Alliance Française e a casa das minhas irmãs de alma. Desde antes de sair de lá eu sabia que seriam esses três lugares - e apenas esses - a me fazer falta)

***
Falando na Escola e nessas mães: eu não conheci minhas avós, mas essa digna senhora (diretora da ED desde 1945 e fundadora do Complexo Educacional Henrique Castriciano) é o meu referencial de figura de avó e clássica mãezona, embora nunca tenha tido um filho (natural ou adotado). Feliz Dia das Mães, D. Noilde Ramalho!



(Ou como nós nos referimos a ela: 'Tia Nó'. A maioria das alunas morria de medo dela, mas eu nunca vi razão pra ter medo, só muito respeito. Deve ser por isso que ela lembra do meu nome depois de QUINZE ANOS que eu terminei o curso)

A título de Informação

Hoje começa o Festival de Cinema em Cannes

(Aceito as passagens, a hospedagem e os assentos para as premiéres mais elegantes da Europa. Dispensaria o intérprete, mas não falo francês desde, desde... esqueci)

***

Hoje é o dia de Nossa Senhora de Fátima.

(Difícil de esquecer a partir do ano passado. Após de uma festa do 'Dia das Mães', com um momento religioso, uma pessoa me fez ver, com sua atitude indiferente, que eu NUNCA vou fazer todas as pessoas entenderem que médico também é gente)

Mais um probleminha de saúde pra se conhecer

Você sabe o que é discalculia?

(Alexandre Barros, em 'O Estado de São Paulo')

Este artigo é um alerta para pais, filhos, parentes, amigos e professores. Se alguém próximo de você - filho, filha, cônjuge, parente, amigo, amiga - tem grandes dificuldades com números, contas e matemática, provavelmente sofre de discalculia. Eles ou elas podem até dar certo na vida. Eu dei, mas sempre esgueirando-me dos malditos números.
Na infância e adolescência era chamado de burro. As humilhações eram diárias. Fui empurrado, durante anos, por professores particulares de Matemática, para conseguir passar de ano. Nas matérias sem números me saia muito bem. Para ler e escrever era ótimo. Tinha notas boas. Ganhei até um concurso literário na escola.
Aos 16 anos, passei a escrever, com um amigo, uma coluna sobre escotismo no Jornal do Brasil, então no auge de sua fama. Fui foca no Correio da Manhã e escrevi durante anos para o Jornal da Tarde e para a Gazeta Mercantil. Ganhei boa parte da vida escrevendo.
A desgraça eram números, contas e fórmulas. Entendia a força centrífuga (se entrasse na curva, com o carro além de uma certa velocidade, a derrapagem era certa). Fiquei emocionado quando um colega contou-me que tensão superficial era o que permitia às lentes de contato flutuar dentro dos olhos, sem neles tocar. Não entendi isso na explicação do professor, por meio de fórmulas. Fui chamado de toupeira, aos berros, na frente da turma inteira. A humilhação foi enorme.
Mesmo para discalcúlicos, conceitos complexos são fáceis de entender, se explicados com palavras. Entendê-los por meio de fórmulas, números e cálculos é tarefa inglória e quase sempre impossível.
Entrar na faculdade foi um alívio. Estudando Sociologia livrei-me das contas. De Matemática, nada além de conversões de medidas e moedas e regra de três me serviu ao longo da vida. Ainda hoje, para fazer uma regra de três, preciso remontar o raciocínio passo a passo para conseguir saber que números tenho de multiplicar e quais tenho de dividir. Quase sempre erro.
Vivi 50 e muitos anos nessa situação. As humilhações cessaram depois que terminei os estudos. conseguia me esgueirar discretamente dos números. Evitava contas e situações que exigissem raciocínio matemático. Defendia-me eficazmente do sofrimento.
Há poucos anos, almoçando com o jornalista Márcio Moreira Alves, ele ditou-me seu novo telefone, que anotei. Vendo o que eu havia escrito, Márcio disse-me: "Você anotou os números todos trocados." Insisti que os algarismos estavam nos lugares certos. Finalmente me convenci. Estava tudo trocado mesmo. Márcio me disse: "Alexandre, você é disléxico."
O susto foi enorme. Com mais de 50 anos, Ph.D. em Ciência Política por uma das universidades mais prestigiosas dos EUA, uma tese de doutorado premiada e mais de 100 artigos publicados, fluente em três línguas, descobri que era disléxico. Não fazia sentido.
Viva o Google. Fui lá pesquisar a dislexia. Achei o atalho certo. Meu problema era parecido, mas diferente. Sofro de discalculia: uma dislexia para tudo o que se relaciona a números e Matemática. Foi um alívio, exorcizei os demônios das ofensas e humilhações de professores. Eu não era idiota, burro ou toupeira. Eu tinha uma doença. Burros eles, que não sabiam. Mas burros com muito poder.
Atualmente convivo bem com a discalculia. Professor, pró-reitor universitário e consultor empresarial, recentemente tive de fazer cálculos de custos empresariais e me atrapalhei todo. Um colega, vendo a minha confusão, tirou-me do aperto, mas não entendeu a minha dificuldade.
Expliquei: para quem sofre de discalculia, letras e palavras se comportam muito bem. Números são crianças travessas que insistem em fazer as traquinagens que bem entendem, rindo e debochando de nós.
O drama da discalculia é muito pior do que o da dislexia, porque a maior parte de nossa vida é conduzida por letras e palavras. Os números só são necessários para atividades menos frequentes. Assim, discalculia fica mais escondida e, por desconhecida, não é identificada nem tratada.
Disléxicos também sofrem, mas sobre a dislexia já há mais conhecimento, o que propicia diagnósticos, controles e tratamentos. Discalcúlicos, porque a doença é desconhecida, são tratados como burros.
Até hoje nunca sei se o troco que me dão está certo. No dia que recebi do banco um cartão de senhas, entrei em pânico ao ver todos aqueles números. Tive com a gerente uma áspera discussão: eu não iria usar o cartão. Perdi.
Sofri para aprender. Decorei tudinho. Se algo mudar, volto à estaca zero e começo tudo de novo. Copiar sequências de dígitos para pagar uma conta via internet é uma operação que tenho de repetir várias vezes. Os números insistem em trocar de lugar. Outros algarismos travessos metem-se onde não foram chamados.
Até usar um telefone de teclas é difícil. Com frequência tenho de "discar" várias vezes o número que quero, porque erro na tentativa. Quando percebo, paro no meio e recomeço. Quando vou até ao fim, espero a outra pessoa atender e peço desculpas pelo engano. E ligo de novo.
Este artigo, no entanto, tomou-me menos de uma hora e meia para escrever e rever.
Foi escrito por um impulso emocional: preciso contar a muitas pessoas que sofrem, são humilhadas, ofendidas e carregam culpas por não saber Matemática que elas não são burras, estúpidas, idiotas ou preguiçosas. São apenas doentes. Sofrem de discalculia.
Podemos viver bem e até ter sucessos na vida, desde que eles não envolvam contas. Nos damos bem até com os gráficos e com os fenômenos da Física, da Química e da Matemática, desde que explicados com palavras, e não com fórmulas. Sobretudo, não nos peçam para calculá-los.

Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política pela University of Chicago, é pró-reitor do Centro Universitário Unieuro (Brasília)

E-mail: alex@eaw.com.br

Mais informações em:
http://www.neuropediatria.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=92:discalculia&catid=59:transtorno-de-aprendizagem-escolar&Itemid=147
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm
http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=384
http://www.mundoeducacao.com.br/doencas/discalculia.htm


Obrigada, Dona Marta (mãe de Fernanda)! Acho que isso explica por que algumas das instruções da receita médica precisam ser 'traduzidas' para o paciente ('de seis em seis horas, seu Fulano, é às 6 da manhã, meio-dia, 6 da noite e meia-noite', e outras frases clássicas pra quem explica uma receita médica).

Eu sei que em muitos casos é pouca (ou nenhuma) de educação formal (a pessoa não sabe ler ou interpretar), mas há pessoas com ensino médio (antigo segundo grau) que se atrapalham pra saber como dar a medicação para o filho! Nesses casos, como sugere o autor do artigo, faço desenhos (do copo-medida, de uma seringa com a quantidade de mililitros prescritos, do sol, da lua) e peço que a pessoa me diga como entendeu as instruções. Geralmente eles entendem. Basta paciência.

De Estrela

terça-feira, maio 12, 2009

De lua



"Lua Branca"

Chiquinha Gonzaga

Ó, lua branca de fulgor e desencanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim

sábado, maio 09, 2009

Pregando

Então as Testemunhas de Jeová ali da esquina resolveram bater por aqui. Eu não discuto religião, elas dizem também que não, que apenas 'estão pregando a palavra de Deus', mas querem sempre me convencer que o modo como eu penso não me garante um lugar numerado na versão deles de Paraíso.

Portanto, eu vou avisando que sou católica (ou assim fui criada) e que respeito todas as religiões (pelo menos as pacíficas), mas não, obrigada. Vou continuar lendo a Bíblia sozinha e no meu caminho à procura da felicidade. Acho louvável a atitude dessas pessoas religiosas que saem de porta em porta oferecendo conforto, mas quando trazem como bônus a promessa de salvação, eu dispenso.

Sempre que alguém aparece assim na minha casa, eu lembro de uma tia por afinidade (casada com um tio meu), às portas da morte e desenganada, muito, muito jovem, que estava internada no hospital onde eu estudei. Era hora das visitas e eu, como estudante de Medicina, tinha livre trânsito a qualquer hora, mas minha mãe não. Então, lá estávamos eu e minha mãe, fazendo companhia pra minha tia, quando chegaram umas vizinhas da mesma, de alguma igreja, pedindo que ela se arrependesse dos pecados, que aceitasse Jesus no coração e que ela ficaria curada. Ocuparam um bom tempo da hora de visita com casos de pessoas que haviam feito o mesmo e estavam bem de saúde por causa disso. Até que minha tia, quase sem ar, com um cateter de oxigênio e tudo, conseguiu fôlego pra murmurar: 'Eu já aceitei Jesus e ele está comigo há muito tempo'. Só faltou dizem 'me deixem morrer me paz', mas estava implícito. Ninguém havia dito o diagnóstico, ou que ela não ia voltar viva pra casa. Ela faleceu em menos de uma semana e durante todo o velório, a imagem dela dizendo isso foi o que me confortou.

Essa tia foi minha primeira paciente naquele hospital. Aprendi muito ali e naquela mesma enfermaria, onde não podia entrar sem me lembrar dela quando ainda grávida do meu primo, feliz ao lado do meu tio (hoje também falecido). Uma das maiores lições veio do modo tranquilo (e não resignado) com que ela disse 'Jesus está comigo há muito tempo'. Isso me mostrou que visitas de religiosos são bem-vindas, mas não pra trazerem mais dúvidas e angústia para o doente.

Aliás, obrigada a cada pessoa religiosa que passou em minha existência e que me ofereceu conforto, sem questionar meus motivos. Deve ser por isso que eu tenho amigos espíritas, adventistas do sétimo dia, batistas, católicos, umbandistas, mórmons...

Anônimo leitor

Brinde comigo à perda de redondos vinte e cinco quilos. Começou porque adoeci, continuou porque retomei hábitos saudáveis de vida, manteve-se porque prometi que perderia peso como um presente de casamento a alguém que se importava com minha saúde.

Qualquer que seja o 'como' ou 'por que', consegui provar que é possível. Sem redução de estômago, sem passar fome, sem dietas milagrosas, sem exercícios físicos extenuantes, sem cirurgia plástica.

Não desejo a ninguém passar o que passei (e passo) pra conseguir tal resultado, uma vez que minha doença contribuiu significativamente para o ganho e perda de tanto peso, mas é importante registrar tal fato e está feito.

sábado, maio 02, 2009

Só porque...

Algo bom SEMPRE existe, por pior que pareça a situação. O tal 'acidente' com minha saia nova rendeu uma série de emails, escritos durante uma crise de enxaqueca. Infelizmente, o poema de Ivone só faz sentido mesmo com meu 'nome real' e mas vou copiá-lo, pra resposta fazer sentido. Há muito tempo que eu não fazia um verso (nem lembro se já fiz um verso cômico antes!). Deve ser a convivência (ou a enxaqueca).

De Ivone para 'Odessa':

Sua saia preta achei linda
com a blusa verde combinando
uma sandalia alta bege
o chapéu igual ao meu
vc mais magra, mais jovem, mais leve
ia pra fila e arranjou outro comprô

e agora uma enxaqueca por causa da saia

remédio pra sua enxaqueca: VINGA-SE, NUNCA MAIS SAIA COM AQUELA SAIA

o que Dra Valadares recomenda pra enxaqueca?
anis "estrelado"?
que Deus tenha misericordia da nossa alma
talvez seja a vespera de uma lua cheia
e a Odessa vem junto de quebra

Urgente: Receite-se Srta Dess


De 'Odessa' para Ivone:

Tanta gente me disse que eu estava bonita naquele dia,
que me faz pensar em mal-olhado
anis estrelado?
Minha cunhada é quem nisso confia.

Eu, amante de chás e naturais medicações ,
tenho que me render à triste sina:
Pra essa dor e pra insônia, não funciona mezinha
Por mais potentes que sejam as poções.

Antinflamatório e tranquilizante,
com a devida prescrição
(Nada de auto-medicação!)
Eis a vida errante

De alguém que ainda acredita
Que, um dia, vai relaxar
E aproveitar a vida
Sem com tudo se preocupar.

Srta Dess (indo pra cama quando deveria estar escrevendo)

PS: Já resolvi o que fazer com a saia. Ela será bordada com miçangas e canutilhos, cobrindo os pontos acidentados. Resta renovar a receita dos óculos. É uma excelente desculpa pra voltar a assistir o JN. William Bonner e Fátima Bernardes não são uma companhia maravilhosa?

Ser mulher moderna

Se você acha que um diploma universitário vai automaticamente livrá-la da infinita labuta a que estão condenadas as rainhas do lar, sinto decepcioná-la. Fazendo jus ao feriadão por causa do 'Dia do Trabalho', de quinta até hoje eu já tirei todas as cortinas das janelas, coloquei pra lavar (o diploma me permitiu comprar uma máquina de lavar roupa, pelo menos), pra secar e pendurei-as de volta. Lavei todas as florzinhas de mentira que enfeitam a casa (eu não gosto de flores artificiais, mas sempre esqueço de pôr água nas flores de verdade), limpei todos os móveis, varri a casa, matei uma baratona cascuda que ousou entrar em casa (Grissom que me desculpe, mas barata cascuda não merece perdão), debulhei um saco de feijão verde, lavei louça, rearranjei os móveis da sala (obrigada ao curso Técnico de Economia Doméstica, que teve aulas de decoração), pintei a cadeira da escrivaninha que estava descascando (obrigada às aulas de Educação Artística), coloquei roupa pra lavar, recolhi a roupa seca e bolei um jeito de salvar minha saia preta novinha que ficou perdida por causa de um acidentezinho urbano. Ah, lembrei e coloquei água nas plantas, pus o lixo pra fora, coloquei o feijão pra cozinhar junto com os maxixes que ganhei no posto onde trabalho (médico em zona rural ganha presentes hortifrutigranjeiros), fui aos bancos (não, eu não tenho dinheiro suficiente pra duas contas, são as prefeituras que obrigam o contratado a ter conta no banco X ou Y), paguei luz, plano de saúde e fatura do cartão...

(Claro que em meio a isso tudo, eu encontrei Grissom's Girl no MSN com hora marcada, encomendei umas peças da Suzi, continuei a releitura de 'Minúsculos Assasinatos...', da Fal, e 'À Espera de Um Milagre', do Stephen King, escrevi mais algumas cenas, terminei uma de minhas histórias impublicáveis, reencontrei Ivone pessoalmente, que faz um verso no tempo que a gente leva pra verificar a frequência cardíaca, e tive uma enxaqueca por causa da saia)

Quando eu digo 'não' à manicure, que insiste que 'unha de doutora tem que ser comprida e vermelhona', ela não entende. Se eu fizesse como ela quer, o trabalho dela não duraria nem dois dias. Deixa eu ir passar roupa. Ainda tenho que estudar Hanseníase (diagnostiquei um caso essa semana).

E as pessoas ainda me perguntam por que eu não quero filhos! Cadê tempo?

Falando em doença familiar...

MAMOGRAFIA NO SUS AJUDARÁ A REDUZIR CÂNCER DE MAMA NO PAÍS
Rio de Janeiro - O diretor da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), RobertoVieira, disse que a entrada em vigor da lei que estabelece a realização de exames de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres acima de 40 anos vai ajudar a mudar o quadro brasileiro de câncer de mama. Para ele, o quadro de tantas mulheres morrendo da doença "é vergonhoso". A Lei 11.664/08 começou a vigorar nessa quarta-feira (29). Segundo Vieira, a cidade do Rio de Janeiro quase não apresentava casos de câncer de mama. Hoje, o município lidera o quadro no país, com cerca de 4 mil casos, desbancando Porto Alegre. A capital gaúcha era a primeira do ranking até há bem pouco tempo e agora registra somente 800 casos. De acordo com o médico, é preciso reverter isso, sensibilizando as entidades públicas e privadas e também as mulheres a fazer a mamografia, para que, em vez de a paciente descobrir um câncer avançado, ela possa detectar ainda em estágio inicial, com possibilidade de cura. Roberto Vieira esclareceu que o câncer é impalpável. E quando uma mulher, por meio do exame manual, constata a presença de algum nódulo, “ele talvez já exista há 15 anos”. Fonte: Agência Brasil. (30/04/09)



'The Opening Gambit', de Jack Vettriano.

Por esses dias, enviaram-me um email onde o Hospital do Câncer de Pernambuco relatava que apenas 3% das mulheres com câncer de mama que são atendidas ali, chegam no estágio inicial da doença. E que a principal causa é (pasme, anônimo leitor!) porque os médicos NÃO pedem a mamografia como exame de rotina. Eu não sei se é porque eu perdi minha tia paterna predileta com câncer de mama (e ela não foi a única mulher da família a morrer da doença), porque tive mais de uma paciente em estado terminal por causa da doença ou porque eu faço como manda o livro, mas o fato é: eu peço Mamografia Bilateral anualmente a TODAS as mulheres com mais de 40 anos. Se há casos em parentes de 1o grau, peço a partir dos 35. Muitas dizem que não precisa, que não estão sentindo nada. Eu escrevo no prontuário: 'Paciente recusa a solicitação de mamografia', da mesma forma quando recusam o exame de prevenção do câncer de colo uterino ou a aplicação da vacina de tétano ou a endoscopia digestiva.

O segundo problema (a meu ver, não tenho dados sobre o assunto) é que existe um número limitado de exames autorizados para o serviço público. 16 mamografias por mês é a cota pra cidade onde eu trabalho. Ora, 16 eu chego a pedir numa única semana! E só no meu posto. Existem mais cinco USFs no município. Essa é a realidade: não há vagas para o exame, o que desestimula os médicos a pedirem como rotina.

Se você não acredita, veja minha situação em relação aos homens com mais de 40: o PSA (exame de sangue que faz parte da investigação de câncer de próstata) é caro e nem sempre é disponível pelo serviço público. O diagnóstico do câncer de próstata é feito por uma tríade: toque retal, PSA e ultrassonografia da próstata. Se um desses exames estiver normal, não se exclui o diagnóstico. Ora, os homens não aceitam ser examinados fisicamente (eu trabalho numa zona rural, imagina!), há poucas vagas para ultrassom de próstata e o PSA está 'suspenso, por enquanto'. Essas pessoas NÃO TÊM condições de pagar os exames. Eu fico constrangida, sim, quando um paciente diz que fez um sacrifício, mas que fez todos os exames que eu pedi (alguns não têm paciência de aguardar meses para a realização dos exames de rotina e vendem uma vaca, uma cabra, pra bancar o custo).

Droga! Eu peço um monte de exames de rastreio, a maioria é considerada desnecessária porque o paciente é assintomático, mas eu trabalho com PREVENÇÃO e PROMOÇÃO à saúde, não apenas com CURA e REABILITAÇÃO. Eu sou EDUCADORA EM SAÚDE, algo que a maioria da população médica não se dá conta, mas é. Logo, eu DEVO dosar o colesterol de uma criança magrinha que tem pai, mãe ou algum parente com hipercolesterolemia. Foi assim que descobriram a hipertrigliceridemia de meus primos com menos de dez anos de idade, prevenindo uma diabetes em idade precoce. Quando o serviço público dificulta (ou inviabiliza) o acesso a exames complementares mais sofisticados (e mesmo a alguns básicos, um pouco mais caros que um hemograma), o próprio médico se vê num dilema horrível: tirar COMIDA do prato do paciente pra que o mesmo custeie um exame que pode diagnosticar uma doença que mata. Ninguém deveria fazer essa escolha.

(E antes que alguém questione o custo desses exames de rastreio, saiba que eu tenho noção do valor desses exames e sei que sai mais barato dosar colesterol que pagar a medicação pra baixá-lo, quando dieta e exercícios físicos não são suficientes, além de pagar a diária numa UTI por causa de um infarto, o cateterismo diagnóstico, o pagamento do benefício do INSS porque o paciente não pode trabalhar depois do infarto, etc. Eu li em algum lugar que cada 1 real que você gasta em prevenção de doença equivale a 3 reais gastos em tratamento da mesma doença e suas complicações)

Então, eu diariamente escrevo em prontuários: 'O paciente ainda não fez o exame tal', 'o paciente não pode realizar tal exame, tomar tal medicação, por razões de custo'. Mas eu peço, sim, os exames. E nunca tive uma mamografia com nódulo que se revelou maligno. Isso significa que os tais 3% foram enviados por outros colegas previdentes. Talvez eles também tenham perdido alguém e se lembrem de pedir a mamografia. Só espero que realmente aumentem as cotas e que não seja preciso que cada médico veja uma familiar ou uma paciente querida com câncer de mama pra se lembrar que mamografia anual é rotina.

Em tempo:
A pintura de Vettriano é só pra chamar atenção pro post. Raramente ele explicita, como nesse quadro, prefere sugerir, daí a genialidade de seu trabalho.

Ah, é?

MINISTRO DA SAÚDE QUER DISCUTIR SITUAÇÃO DO MÉDICO NO BRASIL
O ministro da Saúde quer discutir com os dirigentes das entidades médicas nacionais a situação do médico no Brasil. Depois de apresentar um painel sobre a experiência do Sistema Único de Saúde (SUS) no 12º Congresso Mundial de Saúde Pública, que acontece em Istambul, na Turquia, José Gomes Temporão procurou os representantes da FENAM no evento e, através do secretário executivo do ministério, Francisco Campos, manifestou o interesse de marcar audiência com as diretorias da Federação Nacional dos Médicos, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina.
O vice-presidente da FENAM, José Erivalder Guimarães de Oliveira, que participou da reunião informal com José Gomes Temporão e com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Francisco Campos, disse que a audiência dará ênfase à questão da dificuldade de fixação de médicos em cidades do interior, em regiões de difícil acesso e em locais que apresentem situação de violência, um dos problemas mais graves do setor de saúde no Brasil e que é abordado como prioridade no Plano de Carreiras, Cargos e Vencimentos – PCCV, que a FENAM lançará no dia três de junho. Os principais pontos do PCCV, segundo José Erivalder, serão apresentados ao ministro na audiência. * Fonte: Fenam – 29.04.09

(Fonte: Boletim Médico 268, do SIMEPE)


Finalmente o Sindicato dos Médicos começa a mostrar serviço. Há anos que eu falo sobre as condições desumanas de trabalho neste blog e no anterior. Ano passado, quando entrei em completo esgotamento, soube que não fui a única. Sucessivos protestos públicos, apoiados pelos Conselhos Regionais de Medicina e Sindicatos da classe, revelam a precariedade a que estamos expostos. Violência em postos de saúde e emergências, ausência de estabilidade no emprego, não pagamento dos direitos básicos (como férias e décimo terceiro), não recolhimento da contribuição pro INSS...

Quem sabe dessa vez, algo é aprovado e cumprido. Se o ministro quiser minha opinião só precisa ler meu antigo blog e os posts desse aqui com o marcador 'ser médica'. De minha parte, eu mantenho a frase: 'Eu agora só sou doutora pra pagar as contas'. Já é impressionante que eu tenha voltado a exercer depois de quase morrer. Eu sou Técnica em Economia Doméstica, escritora e tradutora! E tenho dito.

E hoje é...

02 DE MAIO - DIA MUNDIAL DE COMBATE À ASMA
A asma é uma inflamação crônica das vias aéreas, especialmente brônquios e bronquíolos, os quais se tornam hipersensíveis a diversos estímulos, desencadeando crises de tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito. É responsável por cerca de 350.000 internações no país, anualmente, sendo a quarta causa de hospitalizações pelo SUS (Sistema Único de Saúde), conforme adverte do dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). A mortalidade por asma aumentou gradativamente nos países em desenvolvimento nos últimos dez anos, correspondendo a 5% a 10% dos óbitos por causa respiratória. No Brasil, dados de 2000 revelam que a taxa de mortalidade foi de 2,29 a cada 100.000 habitantes. Em 2006, os custos do SUS com internações chegaram a 96 milhões de reais, o equivalente a 1,4% do gasto total anual com todas as doenças. O diagnóstico da asma é baseado na história do paciente e no exame clínico, associados à avaliação da alergia e a prova de função pulmonar, também conhecida como espirometria, que mede a capacidade pulmonar. Sintomas como tosse, chiado e falta de ar, principalmente à noite e pela manhã ao despertar, são indícios da doença.

(Fonte: Boletim Médico 268, do SIMEPE)


Como disse o professor que deu a aula sobre o assunto: 'A asma é uma doença que é tratada parca e porcamente em nosso país'. Eu não sei quanto à realidade do resto do mundo, mas esse cara estava 100% certo.

Anônimo leitor, asma mata. Eu perdi avô paterno, tio paterno e pacientes por causa da doença. Não, asma não tem cura, mas tem controle. Mesmo se os sintomas são leves e as crises raras, o portador deve fazer acompanhamento médico e saber como proceder numa crise. A doença pode deformar as vias respiratórias e incapacitar a pessoa para as tarefas mais banais.

Fico revoltada ao consultar asmáticos com ANOS de sintomas e que só vêm ao médico quando estão em crise. A maioria dos médicos trata a crise e não explica quais as medidas pra MELHORAR a qualidade de vida do doente (em parte porque o paciente NÃO VOLTA pra fazer a reavaliação em alguns dias). Algumas pessoas PRECISAM de uso diário de medicação, outras têm que tratar problemas gástricos que exacerbam os sintomas e alguns nem mesmo sabem que tem asma! É só 'eu tenho cansaço', 'esse menino cansa de vez em quando','eu tive puxado' (alguns chamam assim), 'mas não é asma não doutora, ele só tosse muito de noite'. Se é leve, moderada ou grave, não importa. ASMA MATA.

sexta-feira, maio 01, 2009

Indicações

Alguns meses antes, eu comentei sobre o texto de Thoreau 'Andar a pé'. Então, uma anônima leitora encontrou em ebook e enviou-me o link. Ótimo, porque eu li um condensado dos textos do autor, publicado pela Martin Claret. O texto tem 59 páginas com um tipo gigante, ou seja, é bem mais curto do que parece e vale a leitura. Muito obrigada pela indicação!

***

Falando em indicações, o tal site de Jack Vettriano é ma-ra-vi-lho-so. Acho que a expressão correta para o que sinto ao ver aqueles quadros é 'cupidez'. E 'vejo' a imagem que criei para este pseudônimo (Odessa Valadares) em muitas das obras do artista.

'Table for One, de Jack Vettriano'

quinta-feira, abril 30, 2009

Outro nome, mesma doença

OMS se curva à pressão e muda nome da gripe suína
2 horas, 27 minutos atrás

GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS), cedendo à pressão dos produtores de carne e dos governos, disse nesta quinta-feira que vai passar a se referir ao novo vírus de gripe como influenza A (H1N1), e não mais gripe suína.

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"A partir de hoje, a OMS vai se referir ao novo vírus de influenza como 'influenza A (H1N1)'", disse a organização em um breve comunicado publicado em seu site na Internet.

O novo vírus já contaminou 257 pessoas no mundo, causando 8 mortes (7 no México e 1 nos Estados Unidos).

O H1N1 se derivou de um vírus de gripe suína, mas só foi encontrado em humanos. Nenhum porco pegou a doença até o momento.
A OMS afirmou repetidas vezes que a doença não pode ser contraída ao se comer carne de porco assada.
O nome da gripe levou vários países a decretarem proibições a importação de carne de porco do México e dos Estados Unidos, onde a epidemia apareceu.
O governo do Egito ordenou o abate de porcos por temores da gripe.

(Reportagem de Jonathan Lynn)

Do Yahoo!

Seg, 27 Abr, 02h11

Por AFP

Atualizada em 15h19
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PARIS, França (AFP) - A gripe suína, que já causou 149 casos de mortes confirmadas no México e dez casos de infeção confirmadas nos Estados Unidos, vem sendo motivo de muitas interrogações entre a população ante o alerta das autoridades sanitárias.

P. O que é a gripe suína?
R. Trata-se de uma doença respiratória que começa em criadores de porcos, um vírus gripal do tipo A que pode se propagar rapidamente.

P. É transmissível ao ser humano?
R. Sim, começando, em geral, por pessoas que estejam em contacto com esses animais.

P. Pode-se contrair a doença comendo carne de porco?
R. Não, como recordou neste sábado em Paris o Ministério da Agricultura. "A gripe de origem suína no México não se transmite pela carne, mas por via aérea, de pessoa para pessoa".
A temperatura de cozimento (71º Celsius) destrói os vírus e as bactérias, precisam os Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC).

P. Trata-se de um novo tipo de gripe suína?
R. Assim como no ser humano, os vírus da gripe sofrem mutação contínua no porco, um animal que possui, nas vias respiratórias, receptores sensíveis aos vírus da influenza suínos, humanos e aviários.
Os porcos tornam-se, então, "crisóis" que favorecem o aparecimento de novos vírus gripais, através de combinações genéticas, em caso de contaminações simultâneas.
Esses tipos de vírus híbridos podem provocar o aparecimento de um novo vírus da gripe, tão virulento como o da gripe aviária e tão transmissível como a gripe humana.
Esse tipo de vírus que o sistema imunológico humano desconhece poderia ter as características necessárias para desencadear uma pandemia de gripe.

P. Quais são os países afetados até o momento?
R. Exceto México e Estados Unidos, únicos países em que se registraram casos, as autoridades de Peru, Chile, El Salvador, Honduras, Colômbia, Nicarágua, Brasil e Costa Rica ativaram planos de vigilância sanitária.

No Canadá, a ministra da Saúde, Leona Aglukkaq, pediu à população para manter-se alerta.

P. Existe vacina contra esta doença?
R. Só para os porcos. Não para o ser humano. Segundo as autoridades mexicanas, que citam a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina existente para humanos é para uma cepa anterior ao vírus, com o qual não é tão eficaz. Mas "a produção de vacina pode tornar-se possível na medida em que o vírus tenha sido identificado".
O Tamiflu, o medicamento que contém oseltamivir, utilizado contra a gripe aviária, é eficaz diz a OMS.
A vacina contra a gripe estacionária humana não protege contra a gripe suína.

P. Por que a OMS está em estado de alerta?
R. "Porque há casos humanos associados a um vírus de gripe animal, mas também pela extensão geográfica dos diferentes focos, assim como pela idade não habitual dos grupos afetados", explicou a OMS em comunicado.


(O medicamento Tamiflu é fabricado pelo laboratório Roche, que disponibilizou os estoques para o Ministério da Saúde, como você confere no post anterior)

terça-feira, abril 28, 2009

Gripe Suína

Se você precisar viajar, tiver contato com um caso suspeito, etc, essa é a lista de hospitais de referência para a doença, em cada estado do Brasil. A informação veio do Laboratório Roche, que fabrica um dos dois antivirais aprovados pela OMS para o tratamento. Eles avisaram à classe médica que, devido ao risco de epidemia, todos os estoques brasileiros serão disponibilizados para o Ministério da Saúde.

domingo, abril 26, 2009

Do 'Nerds somos Nozes'

(Parabéns pro meu querido homem-morcego. Depois desse post pros 70 anos de Batman, deu mesmo vontade de retomar a coleção de 15 anos, parada há uns dez meses. Não foi só CSI que me segurou nesse plano de existência...

Tirando o comentário da dupla gay com o Robin. Se Adam West encontrar comigo do outro lado, não respondo por mim. Ele permitiu que a própria opção sexual interferisse na construção do personagem na série de TV e deu no que deu: até fã confunde as coisas. O Robin é FILHO adotivo do Batman. Os três primeiros Robins tiveram Bruce Wayne como tutor legal e Dick Grayson foi oficialmente adotado há alguns anos. Capisce?

E, sim, Joel Shumacher é o diretor de meu filme predileto, mas que fez besteira com o morcego, isso fez.)

Sábado, 25 de Abril de 2009
Parabéns, Batman…

Por FiliPêra

por ter um sido um herói que alegrou a moçada nos anos 30 e 40, por ter sobrevivido a toda a escrotidão e castração do período do Macartismo, por ter uma série de TV bundona e que não afeta a sua imagem, por ter alguns dos melhores vilões dos quadrinhos, por ser um dos únicos heróis críveis das comics americanas, por ter evoluído juntamente com seus leitores, por ter alguns dos maiores clássicos das HQ’s– como Batman: Ano Um, O Cavaleiro das Trevas, A Piada Mortal e Asilo Arkham – na sua carreira, por ter recebido escritores do calibre de Grant Morrison, Frank Miller, Neil Gaiman e Alan Moore para compor suas tramas, por permitir que artistas como Alex Ross, Jim Lee, Neal Adams e Frank Quitely ajudassem no processo de te dar vida, por ter pisado no Arkham e não ter enlouquecido de vez, por não deixar que as bombas cinematográficas de Joel Schumacher impedissem seu retorno triunfal aos cinemas, por mostrar ao Justiceiro que também é necessário cérebro para combater o crime, por não permitir que as maluquices do Coringa afetassem a sua tênue sanidade, por não ter cedido aos apelos do Robin e formar uma dupla gay de super-heróis, por mostrar ao seu amigo Superman que a kryptonita torna ele um pateta, por ter aproveitado esse momento de patetice do Superman e aplicar nele uma surra inesquecível, por mandar uma bala radioativa nos bagos de Darkseid e salvar o mundo… enfim, parabéns por ter completado 70 anos de história no dia 18 de abril; não é qualquer um que consegue nesse mundo, onde o lucro vem antes da arte, chegar a tão excelente forma.

Parabéns, você é o maior super-herói que já pisou na Terra!

Galeria completa de capas do Batman AQUI.

sábado, abril 25, 2009

Aos desavisados

Síndrome da Bateria Descarregada

Qua, 22 Abr, 08h29

Dr. Alessandro Loiola*/Especial para BR Press

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(BR Press) - Você certamente já sofreu deste mal: atingir a metade de um dia de trabalho como se tivesse corrido duas maratonas, o corpo afogado em um esgotamento indescritível. Ou então, ao terminar o serviço, chegar em casa com vontade de escrever "sarcófago" na porta do quarto e submergir em um sono semicomatoso por vários séculos.

Mas os séculos duram pouco mais de 6h. Logo o sol raia, a corrida recomeça e você se flagra com um olhar vazio, conjeturando enquanto contempla o salva-telas do Windows: onde foi parar toda aquela energia que achou ter acumulado no final de semana?

A Síndrome da Bateria Descarregada é mais comum do que se pensa. Além da sensação de fadiga eterna, ela pode incluir dores musculares, dores de cabeça, nervosismo, um certo sentimento de frustração para realizar até mesmo pequenas tarefas e aquela percepção subliminar de inadequação – algo como passar o dia considerando a possibilidade de que um planeta gélido e sem atmosfera poderia ser um ambiente mais favorável para sua sobrevivência do que aqui e agora.

Se você acha que seu dia-a-dia se encaixa na descrição acima, bom, receba minhas boas-vindas ao grupo. Você é outra vítima da síndrome. Mas ter as baterias descarregadas não significa correr para a primeira tomada segurando um par de fios desencapados. Existem maneiras mais simples – e seguras – de repor suas energias até o topo:

1) AUMENTE A INGESTÃO DE MAGNÉSIO
Ninguém presta muita atenção nele, mas o magnésio está envolvido em mais de 300 reações bioquímicas essenciais para o bom funcionamento do organismo – incluindo a produção de energia a partir da glicose. Acelga, agrião, alcachofra, alface, alho, avelã, brócolis, cebolinha, centeio, cereais integrais, chicória, coentro, couve, espinafre, farinha de soja, germe de trigo, nozes, repolho, salsa e taioba são excelentes fontes de magnésio.

2) DÊ UMA VOLTA NO QUARTEIRÃO
Apesar de parecer um contra-senso, exatamente quando você estiver sentindo a exaustão mais profunda é a melhor hora para dar aquela caminhada. Uma caminhada é algo acessível, fácil de fazer, está ao seu alcance e não serão precisos treinamentos ou equipamento sofisticados. Pesquisas mostram que o bem-estar produzido por uma caminhada de 10 minutos pode durar várias horas.

3) TIRE UMA SONECA REJUVENESCEDORA
Uma inocente soneca de 60 minutos no meio do dia é capaz de reverter o abobamento provocado pelo excesso de informação, facilitando o raciocínio, a memória e o aprendizado. Resultados idênticos valem para boas noites de sono.

4) NÃO PULE REFEIÇÕES
Seu cérebro é um consumidor voraz de energia, daí a importância de manter sempre algumas gotas de combustível no tanque. Não saia de casa sem tomar um café da manhã adequado, almoce e jante de modo saudável, e faça pequenos lanches entre as refeições (p.ex.: comendo uma fruta ou uma barrinha de cereais).

5) REDUZA SEU ESTRESSE
O estresse é resultado da ansiedade. Assim como a preocupação e o medo, a ansiedade consume um bocado de energia. Você entrou nesta vida com nada e sairá dela com mais ou menos a mesma coisa. Não dê tanta importância a tudo. Ouça uma música, leia um livro, converse com um amigo pela internet. Semanalmente, pratique yoga ou meditação ou sexo selvagem ou meditação selvagem durante o sexo com yoga, enfim, o que quer que lhe diminua a tensão. Qualquer atividade sem tendências homicidas, capaz de combater sua ansiedade, repercutirá de modo positivo sobre os níveis de energia.

6) BEBA MAIS ÁGUA E MENOS ÁLCOOL
Algumas vezes, uma leve desidratação pode ser suficiente para produzir sintomas de cansaço e letargia. Beba mais água, pelo menos 10 copos todo dia. E evite consumir álcool próximo ao seu horário habitual de dormir.

7) SEJA CAFÉ-COM-LEITE
Adicionar um pouquinho de leite desnatado ao seu precioso café é uma dica quente. O leite torna o cafezinho um drinque protéico, oferecendo não apenas uma energia extra, mas também cálcio para os seus ossos.

8) GARANTA O EMPREGO DE SEU CLÍNICO GERAL
Confira periodicamente com aquele médico de confiança como anda sua tireóide, seu sangue e seu coração. Você leva seu carro para calibrar os pneus e os cachorros para um banho, não leva? Então tome jeito e dedique pelo menos um décimo desse empenho para cuidar da própria saúde.

(*) Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável (Editora Leitura). Fale com ele pelo e-mail aloiola@brpress.net.


(Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/22042009/11/saude-sindrome-da-bateria-descarregada.html)

Anônimo leitor,
melhor cuidar da Síndrome da Bateria Descarregada. O próximo passo é a Síndrome de Bournout. Acredite-me: você não quer nem conhecer essa!

quinta-feira, abril 23, 2009

Aceito de Presente



'Portrait in Black', Jack Vettriano (65 mil libras)

Só nas horas em que vejo algo tão lindo e disponível, eu lamento não ter dinheiro. É como entrar na Livraria Cultura. Dá vontade de ter todos.

terça-feira, abril 21, 2009

Queridíssima anônima leitora,

Como diria um personagem meu: 'Cool!'. Não conhecia a página oficial de Jack Vettriano. Muito obrigada pela indicação!

Sabe, aquelas 30 horas sem dormir me renderam um upgrade maravilhoso. Vivi uma existência na única meia hora em que cochilei ontem à tarde (daí estar pregada à noite e não entrar no MSN). Odessa está dando lugar à Senhorita Dess, uma pessoa mais moderada. Não direi 'centrada' porque eu sou uma pessoa muito convicta em que acredito, sempre tenderei pra ponta de qualquer reta.

(sem falar que nenhuma reta tem começo ou fim, onde seria o meio disso?)

Falando em retas, pode mesmo usar minha frase (apenas cite a fonte). Aquela do diálogo em que comecei a entender meu relacionamento com meu outro irmão. Algumas pessoas andam mesmo na linha, mesmo que a gente não perceba. As linhas não são apenas retas, logo: 'ele anda na linha, só que linhas podem ser curvas, retas ou sinuosas. E algumas são verdadeiros trilhos de montanha-russa, se você quer saber'. Acho que você começou entender o processo de Imaginação Ativa de que tanto falo.

(eu digo 'meu irmão' e 'meu outro irmão', como se o segundo fosse menos que o primeiro. Ele só é menos próximo emocionalmente de mim, talvez porque tem mais coragem de viver a vida plenamente. Agora que estou aprendendo como é importante fazer isso, começo a aceitar as atitudes de 'meu outro irmão').

Obrigada por simplesmente existir,

(de Senhorita Dess pro mundo e pras estrelas)

sábado, abril 18, 2009

Também indico



Vi esse livro há mais de um ano, mas a grana andava curta (não esticou muito desde então, passar seis meses recebendo benefício do INSS não é bom pras finanças de ninguém). Finalmente pude encontrar dinheiro e um exemplar em boas condições. Só se encontra, quando se encontra, um exemplar perdido em cada livraria, o que prova que é mesmo um fenômeno de vendas. Minha única ressalva é quanto ao verbete sobre quando ficar doente. Só porque sua virose não melhora, não adianta implorar um antibiótico para o médico: antibióticos são para infecções bacterianas, não virais!

Quanto ao resto, é muito divertido e, em geral, muito útil. O capítulo 'tecnofóbica, eu?', já está indicado pro meu diletíssimo irmão, engenheiro eletro-eletrônico que perde as madrugadas tentando me explicar o funcionamento e evolução da tecnologia.

Excelente atualização pra esta Técnica em Economia Doméstica que vos tecla. O interessante é que todo mundo que me viu com o livro apaixonou-se... pelo marcador cor-de-rosa que comprei da Suzi!

***

Esse foi indicação também do amado irmão e vale a pena, como tudo do Clint. É verdade que eu virei fã de Eastwood desde o primeiro filme dele que assisti ('Os imperdoáveis') e nunca vi um dos antigos faroestes que o consagraram, mas 'Menina de Ouro', 'As pontes de Madison', 'Flags of our fathers' e outros falam por si mesmos. Nunca vou entender como um diretor (e ator) tão brilhante tem dificuldade de produzir seus filmes. E ele coleciona Oscars! Mundo doido.

quinta-feira, abril 16, 2009

Lendo fanfics de CSI, conheci a obra de Jack Vettriano. Pois encontro alguém que interessou-se por meu avatar no MSN.



('Yesterday Dreams', de Jack Vettriano)

e fez a seguinte poesia:

o que olha a moça na janela?
o tempo?
o vento?
ou o pensamento dela?

(Ivone Rodrigues)

Ah, quem me dera essa facilidade de fazer versos de improviso...

Eu indico

Recanto das Letras

Esse foi indicação da Ivone, uma das anônimas leitoras, numa conversa pelo MSN. Tem tanta coisa boa que acho que esse ano eu não compro mais um livro. Ainda mais que quanto mais a gente escreve, menos tempo tem pra ler o que os outros escrevem.

quinta-feira, abril 09, 2009

Trocando e-mails com quem escreve

Claro que pode enviar suas poesias e me enviar e-mails!

Estou trabalhando em ***, o que me deixa meio indisponível, exceto nas quintas-feiras. Isso não me impede de escrever num bloco de notas no chacoalhado dum Toyota Bandeirantes (você entende, não?). o povo deve pensar que eu sou doida, escrevendo histórias pra mim mesma...

Fujo de um mundo onde não encontro espaço. Desisti de me fazer entender neste plano e descobri que posso criar mundos inteiros. O próprio Fernando Pessoa questionava se a vida sonhada valia menos que a vida vivida. Aprendi a me dedicar ao trabalho só quando chego ao posto. O tempo da viagem me pertence: seja sonhando acordada ou registrando esses sonhos. Há muito que não escrevo poesia. A prosa que registro nada mais é que um eterno diálogo interior e que faz valer o que enfrento.

Não empresto livros porque já perdi muitos. Hoje, faço como os filmes: eu os indico. Cada livro que se foi, levou um pedacinho de mim. Os amigos? Partilho.

Eu tenho exatamente esse problema: as pessoas acham que sou inteligente demais pra elas (uma impressão que nunca consegui desfazer) e acabam por não se aproximar. Então, é muito difícil que me conheçam o suficiente pra perceber que não sou assim tão especial quanto pensam.

(Eu me vejo como um produto cuja propaganda impressiona mais que os resultados. Veja o poder do marketing!)

Vou procurar 'gaveta de guardados', de Tiana Ribeiro. Embora eu não faça mais poesias, adoro lê-las. Por isso, a maioria dos meus 'escritores indicados' no blog, são poetas.

***

Boa Semana Santa, anônimo leitor.

segunda-feira, março 30, 2009

Ainda realidade

Eu sou médica, mas sou tolerante. Eu sou compreensiva, mas preciso ser firme. E sabe o que eu descobri? A não ser que a) eu seja muito rude ou b) o interlocutor muito esquentado, dá pra me policiar e ir vivendo um dia de cada vez. A questão é deixar claro por que certas coisas têm que ser feitas daquele jeito, reconhecer o esforço alheio (todo mundo gosta de ter reconhecimento) e mostrar que também faço minha parte (eu sempre fiz, mas aprendi que os outros devem saber disso).

Resultado: Eu posso cobrar que os pacientes não apareçam à hora que bem entenderem (marcar uma ficha de manhãzinha e reaparecer à uma da tarde, sem nem dizer que vai voltar?) porque eu cumpro meu horário. Posso ficar no pé da técnica de enfermagem porque eu sou a primeira a cobrar os cartões de vacinas de todos. Basta saber que saibam disso sem que eu fique dizendo 'eu faço isso', 'eu fiz aquilo'.

A paciente que apareceu à tarde? Foi atendida, mas levou um puxão de orelha em público pelo atraso e outros tantos durante a consulta porque não aparecia pra uma consulta há dois anos, sendo hipertensa e obesa. Ela entendeu meu lado e eu o dela, acostumada com outra forma de atendimento.

Os profissionais de saúde reclamam do público, mas raramente páram pra explicar como funciona o serviço de saúde. Se eu 'perco' tempo explicando a um paciente com asma como proceder numa crise, ele vem menos vezes ao posto e à emergência. Se eu explico ao hipertenso que não adianta tomar a medicação sem fazer a dieta, eu não terei um futuro acamado pra visitar, e assim por diante.

O problema é quando minha TPM bate. Aí, só Jesus aguenta.

segunda-feira, março 23, 2009

Realidade

Eu sou médica. Eu sou agitada e reconheço isso. Eu sou exigente, perfeccionista e sem paciência com profissionais descompromissados. Em suma: eu sou chata e tem dias que nem eu me suporto. Eu me rendi à necessidade de fazer terapia, usar regularmente minhas medicações, mas continuo com dificuldade de me relacionar com o mundo. Sou capaz de passar a imagem de antipática para pessoas que nunca me viram, que apenas lêem o que escrevo. Eu tento, juro que tento. Eu sou compreensiva, mesmo não concordando com as atitudes alheias, mas as pessoas são tão intransigentes!
Sobraram duas opções: não ser ou existir com tranquilizantes 24 horas. Qual você escolheria?

Emprego novo, a mesma pessoa de sempre. E tem horas que parece que de nada adiantaram dez meses de terapia, iniciar um trabalho com uma consultora de imagem e votos de boa sorte. A impressão que tive em meu primeiro dia de trabalho é que vão me manter ali até conseguirem coisa melhor. Acho que estou descompensando. Não, eu não vou quero voltar pro lítio.

Ah! Eu aprendi a dizer 'não é da minha conta'. Obrigada, Suzi.

domingo, março 22, 2009

Grandes amores


Uma borboleta num girassol, um céu azul...

(Eu já contei que minhas flores prediletas são lírios? Vai entender).

Lembrando de Martha de Medeiros...

não espero de você o que já me foi dado
nem você conseguiria porque não é assim
tudo tão cronometrado

eu não espero que você me proteja
depois de todos os medos que eu disse não ter
você não teria como saber

não espero de você um abraço
que foi desfeito faz tempo
você não faz idéia quanto

eu não espero de você
nem mais um dia de lamento
nem um momento como a gente já teve

seja breve, não me escreva
se sobrar algum afeto
seja discreto e me esqueça

Sobrevivendo

Nem sempre a gente vive. Em certos dias, sobrevive. Precisamos de manutenção, como a casa, os carros e a geladeira. De vez em quando, precisamos reiniciar o sistema, limpar o HD, fazer back-up de alguns arquivos que estão ocupando espaço e que usamos uma vez por ano somente.

Ocasionalmente, damos uma repaginada. Escolhemos formas mais fáceis de fazer certas coisas e percebemos que certos objetos à nossa volta perderam o encanto ou sua função em nossa vida. É aí que limpamos o guarda-roupa e doamos um monte de peças que só ocupam espaço, remexemos na papelada que se acumula pelas gavetas (ou nos organizadores de bagunça), arquivamos as contas pagas e descartamos as notas do supermercado dos meses passados. Nessas épocas, descobrimos que há anos aqueles brincos caíram de moda ou estão desparelhados, e você sem espaço no 'porta-jóias'.

(Você tem jóias, anônima leitora? As minhas peças prediletas do momento são as bijuterias que comprei da Suzi. Ninguém tem iguais! Pra quê ouro e diamantes? Eu gosto é do design, não do custo do que está pendurado em mim).

Eu sou ordeira, já fui organizada e mantenho uma certa rotina em minha vida. Me desfaço de roupas que não uso, independente de estarem velhas ou não. Troco com amigas que me repassam, por sua vez, outras peças que estão mofando no guarda-roupa delas.
Mas não empresto mais nada: dinheiro, livros, filmes ou as revistas do Batman. Como diz Martha Medeiros:

'a ninguém ofereço meu vinho branco
não empresto minhas roupas mais caras
e são só meus os meus segredos'

sexta-feira, março 20, 2009

Vou ali

Em Recife e volto logo. Sabe como é: irmão, Vicky, Fernanda, a Livraria Cultura, cabeleireiro, etc, etc.

quarta-feira, março 18, 2009

Porque deu saudade de alguns Willians

“To be or not to be, that is the question;
Whether ’tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing, end them. To die, to sleep;
No more; and by a sleep to say we end
The heart-ache and the thousand natural shocks
That flesh is heir to — ’tis a consummation
Devoutly to be wish’d. To die, to sleep;
To sleep, perchance to dream. Ay, there’s the rub,
For in that sleep of death what dreams may come,
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause. There’s the respect
That makes calamity of so long life,
For who would bear the whips and scorns of time,
Th’oppressor’s wrong, the proud man’s contumely,
The pangs of despised love, the law’s delay,
The insolence of office, and the spurns
That patient merit of th’unworthy takes,
When he himself might his quietus make
With a bare bodkin? who would fardels bear,
To grunt and sweat under a weary life,
But that the dread of something after death,
The undiscovered country from whose bourn
No traveller returns, puzzles the will,
And makes us rather bear those ills we have
Than fly to others that we know not of?
Thus conscience does make cowards of us all,
And thus the native hue of resolution
Is sicklied o’er with the pale cast of thought,
And enterprises of great pitch and moment
With this regard their currents turn awry,
And lose the name of action.”


(Hamlet, Prince of Denmark, de William Shakespeare)

Ou como parodiaram há séculos em alguma propaganda na TV (eu era menina, não me perguntem qual o produto anunciado): 'Ser ou não ser? Eis a questão. O que é mais nobre para o espírito? Comer, dormir, pensar... Sonhar, talvez?'.

(Não existem coincidências mesmo: WP, que fazia Gil Grissom, é conhecido como 'The King' nos bastidores de CSI, tem ascendência dinarmaquesa e virou ator ao seguir com uma companhia de teatro shakespereano pro País Basco há 34 anos. Bem dizia o Bardo: 'Não há nada de novo sob o sol'. )

Aliás, 'No way out' (CSI, S09E17) está tão bom que eu me vi brigando com a tela do PC. 'Como assim já acabou?'. Fishburne está arrasando como o Dr. Ray Langston! Atores originários de teatro são demais! Claro, o papel que deu destaque ao jovem Laurence no teatro foi 'Otelo'. De Shakespeare.

Falando em Williams, eu preciso assistir o JN. Com a morte de Clodovil, eu me lembrei de Bonner imitando o falecido...

domingo, março 15, 2009

Que coisa!

Assistindo 'Turn, Turn, Turn' essa semana, eu ouço a voz... de Grissom! Se é assim que Petersen pretende fazer 'participação especial' em CSI, eu dispenso.



O lab vai bem, obrigada, mas tem episódio em que dá uma saudade...

(O episódio 200 vem aí! Com meu entomologista, yes!)

Fim do surto.

Só para maiores

A gente sai procurando uma coisa, acha outra. Eu gosto de fotografia, ponto. E sexualidade saudável é sensacional.

Acho o ex vai gostar disso

DICIONÁRIO DO DIABO /Fragmentos/

de Ambrose Bierce (1842-1913)

Advogado : Pessoa hábil em burlar a lei.
Deplorável : O estado de um inimigo ou adversário após um choque imaginário conosco.
Diplomacia : A arte honrosa de mentir pela pátria.
Fidelidade : Virtude própria dos que estão prestes a ser traídos.
História : Crônica quase sempre falha, de acontecimentos quase sempre sem importância, causados por governantes quase sempre velhacos e por soldados quase sempre imbecis.
Liberdade : Um dos mais preciosos bens da imaginação.
Paciência : Forma menor de desespero, disfarçada como virtude.
Patriotismo : No famoso dicionário do Dr. Johnson, o patriotismo é definido como o último refúgio dos patifes. Com todo o respeito devido a um esclarecido mas inferior lexicógrafo, peço licença para sugerir que seja o primeiro.
Santo : Um pecador revisto e corrigido.
Virtudes : Certas abstenções.


(Do Balaio Porreta)

Saudade de Bruna Lombardi

A disciplina do desejo

não,não se doma o mar
como se não se doma a vida

como não se domam os efeitos
dos raios gama sobre a superfície
acetinada do teu beijo.
Estamos sujeitos às marés
aos ventos, ao tempo, às temperaturas
é inútil tentar
a disciplina do desejo.

Tentei domar meu sentimento
a inconstância do meu temperamento

volúvel como são as lágrimas
mas sou tão vulnerável
às vazantes, desígnios, latitudes
aos ciclos e à força do mistério

tentei domar, disciplinar
não consegui

cedi na primeira noite enluarada
no fundo do quintal, atrás da caixa d'água.

sábado, março 14, 2009

Do Balaio Porreta

FEIRA DE PROVÉRBIOS ESPORRENTOS

Ele me prometeu brincos, mas apenas furou minhas orelhas.
(Árabe)
Os homens são como tapetes: às vezes precisam ser sacudidos.
(Árabe)
Se os filhos da puta voassem, nunca veríamos o sol.
(Argentino)
Aqueles que não sonham estão perdidos.
(Australiano)
A língua suave é a árvore da vida, a língua perversa quebra o coração.
(Bíblico)
A tinta mais fraca é melhor que a melhor memória.
(Chinês)
Falar sem pensar é atirar sem mirar.
(Espanhol)
Três espanhóis, quatro opiniões.
(Espanhol)
A partir de uma certa idade, o único afrodisíaco é a variedade.
(Francês)
Dinheiro público é como água benta: todos põem a mão.
(Italiano)

[ Fonte: Duailibi das citações, de Roberto Duailibi ]

Epitáfio

Lembrança de Morrer

Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro

Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro
Como o desterro de minha alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai ... de meus únicos amigos,
Poucos, bem poucos, e que não zombavam
Quando, em noite de febre endoidecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei ... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! E de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou a vida.

Sombras do vale, noites de montanha
Que minha alma cantou e amava tanto
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave da aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua prantear-me a lousa!

Repassando:

A arte de dizer não
Sex, 13 Mar, 08h12
Dr. Alessandro Loiola*/Especial para BR Press

(BR Press) - Tenho inúmeros pacientes cuja pressão elevada, insônia, distúrbio da ansiedade, depressão, compulsão alimentar ou obesidade foram causados pela incapacidade de dizerem NÃO. Eles saem pela rua colocando sobre as costas toda e qualquer carga de responsabilidade que encontram pela frente. No final do dia, estão piores que o último bagaço de laranja do Ceasa, e ainda recebem críticas porque estão deixando o serviço atrasar...
Dizer NÃO é essencial, mas o problema é que não recebemos treinamento específico para isso. As empresas, as universidades, os cursos pré-nupciais, em toda parte onde se ensina a fazer alguma coisa, ninguém ensina como NÃO fazer. Contudo, existem ocasiões em que você simplesmente já tem tarefas demais, e ser capaz de dizer NÃO pode ser a única forma de manter a sanidade física e mental.
Se você vive reclamando de desgaste e sobrecarga de trabalho, e só agora percebeu que é mais uma vítima dos que não sabem dizer NÃO, recomendo o seguinte: faça uma lista das situações em que você gostaria de dizer NÃO, mas não foi capaz de abandonar o SIM. E escolha uma desculpa de acordo com sua personalidade a partir da lista abaixo:

O EXECUTIVO
Ele diz NÃO escapando pelo excesso de coisas por fazer: "O problema é que estou envolvido em outros projetos até 2096..." ou então "No momento (leia-se: até o dia em que você parar de pedir) não acredito que seja possível encaixar mais nada na agenda...". Alguns ainda fecham com chave de ouro, tirando da pasta todo seu grau de excelência, dizendo "E além de tudo, tenho que manter aquela qualidade que você já conhece."

O RELAÇÕES-PÚBLICAS
De repente o sujeito é seu amigo, mas ainda assim... "Rapaz, prefiro recusar agora a fazer um serviço ruim e lhe prejudicar". Ou "Até gostaria, o problema é que estou atolado em outro trabalho, sem tempo para nada". Porém, um verdadeiro Relações-Públicas sempre dará um jeito de emendar a recusa com algo como: "Mas posso indicar alguém para ajudar se você quiser". E lhe encaminhará para um Executivo. Ou um Pobre-Coitado.

O POBRE-COITADO
Balance a cabeça de modo tristonho enquanto repete "Olha, infelizmente não me acho a pessoa mais indicada para esse serviço", "Não tenho muita experiência no assunto" ou "Não é o meu forte". Mas atenção: evite emendar as 3 desculpas em uma mesma frase. Não gaste de uma vez todos os seus trunfos! Dê respostas diferentes para cada vez que o outro insistir.
Se preferir, recuse fazendo uma massagem estilo drenagem linfática no Ego do outro ("Tenho certeza de que você é capaz de fazer isso pelo menos 10 mil vezes melhor do que eu!") ou chore um lamento hipocondríaco tipo "O médico recomendou que reservasse um tempo livre para cuidar da saúde, dedicar à família, descobrir meu verdadeiro eu, sabe como é...".
Até eu fiquei com pena.

O PRÁTICO
Algumas vezes, um simples e curto NÃO é suficiente. Os especialistas em Recursos Humanos recomendam que você faça isso de modo claro, firme porém cortês, deixando todas as portas abertas para um bom relacionamento no futuro. Depois, monte um curso bem caro para contar como foi que você conseguiu um milagre desses.

*Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, "Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável" (Editora Leitura).

sexta-feira, março 13, 2009

Coisas belas

Bouguereau, claro, e uma borboleta:



Cupido com uma borboleta

E esse eu conheci por causa de CSI (a citação era numa fic, mas vale). Jack Vettriano é fantástico! Gostaria de encontrar um lugar que vendesse os pôsteres...



Yesterday Dreams

Essa é de onde eu trabalhava. Difícil acreditar num lugar tão verde em plena Zona Agreste de Pernambuco!



Rio Capibaribe

quinta-feira, março 12, 2009

Feliz Aniversário!



É aniversário de Recife e Olinda. Eu deveria ter ido hoje por lá, era dia de consulta pra ajuste das medicações, etc, etc. Mas é assim mesmo, acontece de tudo pra eu não colocar os pés onde eu nasci. A eterna cólica volta a atacar! Ou foi a maneira que a PMD arranjou pra boicotar tudo. Vai-se saber.

Anyway, espero que todos estejam curtindo a praia ou a chuva do dia, o bolo no Recife Antigo, a beleza da arquitetura e manifestações culturais de ambas as cidades. É dia de frevo, caboclinhos, maracatu e mais frevo!



Bem que minha mãe diz: 'A coisa mais bonita que Olinda tem é a Sé, porque de lá tem-se a melhor vista... de Recife!'. Bairrismo? Imagina!

Apoiado!

"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."
NELSON RODRIGUES

terça-feira, março 10, 2009

A respeito da polêmica sobre o abortamento legal em PE

Eu, que não ligo a TV há dias e dias, soube da notícia e sinto-me honrada de ter:
1) Estudado na maternidade envolvida na polêmica
2) Ter sido aluna dos referidos profissionais
3) Não apenas ter aprendido a conduta correta num caso desse, mas ter dado a opção pra uma outra vítima que sequer conheceu seu agressor.

O interessante é que eu, católica, foi me aconselhar com o padre da minha paróquia (na época, em Recife, PE) após a orientação. Esse santo homem me fez ver que eu ofereci a escolha (só existem dois ou três médicos autorizados, em PE, a fazer aborto terapêutico, ambos do CISAM, logo eu não fiz aborto nenhum!) e a decisão foi da paciente. E que isso era entre ela e Deus, não nos cabia questionar ou condenar! Se houvessem outros padres como esse...

Esclarecendo:
- Toda e qualquer relação sexual antes dos 14 anos, mesmo com consentimento da vítima, é considerado estupro.
- A lei brasileira permite aborto em caso de estupro.

Dúvida:
- O bispo também excomungou o agressor da menina?

A propósito:
- Quando você vê uma criança de 11 anos morrer por causa de uma gravidez malsucedida, você manda a opinião dos outros pra...
- Eu não sou a favor de abortamento (prefiro pregar o uso correto de preservativos e outros métodos contraceptivos), mas nunca questionei a atitude ou as razões de quem provoca um

E a atitude dos colegas anda redimindo minha desilusão com a classe:

Do meu irmão

É 9!!! Nove :-) :-) :-) :-) :-) :-) :-) :-) :-)

Sras e Srs,
Hoje recebi a alegre notícia que recebi nota 9,0 na minha monografia no curso de pós-Graduação em Gestão de TIC pelo Centro de Informática da UFPE (considerado a 2ª melhor pós em tecnologia pelo Ranking Info 2008). Agora só resta o certificado :-)
Nada mais justo de agradecer a todos parentes, amigos e colegas que contribuíram com seu apoio, carinho e torcida. Obrigado a todos!!!
Abraços,

Família também dá alegrias, anônimo leitor. Alegrias, apoio, ombro amigo... Pena que não são todos que não sabem ficar neutros quando não concordam com suas decisões de vida.

domingo, março 08, 2009

Dia da mulher

Repassando:

Depois a gente é complicada...











sábado, março 07, 2009

E então...

...eu encontro uma pessoa ou outra da comunidade onde trabalhei por dois anos. Difícil é fazer as pessoas entenderem por que saí, sem 'falar mal' de ninguém. Dizer a verdade é falar mal? É, eu só queria me sentir 'desimpedida'.

I been working so hard
Keep punching my card
Eight hours, for what?

Oh, tell me what I got
I get this feeling
That time's just holding me down
I'll hit the ceiling
Or else I'll tear up this town
Tonight I gotta cut
(Chorus)
Loose, footloose
Kick off your Sunday shoes
Please, Louise
Pull me offa my knees
Jack, get back
C'mon before we crack
Lose your blues
Everybody cut footloose
You're playing so cool
Obeying every rule
Dig way down in your heart
You're yearning, burning for some
Somebody to tell you
That life ain't passing you by
I'm trying to tell you
It will if you don't even try
You can fly if you'd only cut
(Chorus)
Loose, footloose
Kick off your Sunday shoes
Oowhee, Marie
Shake it, shake it for me
Whoa, Milo
C'mon, c'mon let go
Lose your blues
Everybody cut footloose
FIRST - we got to turn you around
SECOND - You put your feet on the ground
THIRD - Now take a hold of your soul
FOUR - Whooooooooa, I'm turning it
Loose, FOOTLOOSE
(Chorus)

quinta-feira, março 05, 2009

Porque deu saudade de Vinícius

Sonnet on Fidelity

Above all, to my love I"ll be attentive
First, and always with such ardor, so much
That even when confronted by this great
Enchantment my thougts ascend to more delight.

I want to live through in each vain moment
And in its honor I must spread my song
And laugh with my delight and shed my tears
When she is sad or when she is contented.

And thus, when afterward comes looking for me
Who knows what death, anxiety of the living,
Who knows what loneliness, end of the loving

I could say to myself of the love (I had):
Let it not be immortal, since it is flame
But let it be infinite while it lasts.


By Vinicius de Moraes. Translated by Ashley Brown, in "An Anthology of Twentieth-Century Brazilian Poetry", Wesleyan Univertsity Press

terça-feira, março 03, 2009

Constatação

Você percebe que sabe fazer algo direito nessa vida quando prefere reler tudo que escreveu na última semana a assistir o episódio inédito de sua série preferida.
Às vezes eu ainda me surpreendo por rir e me emocionar com frases que eu mesma escrevi. Estranho, não?

Eu espero, fervorosamente, que Luís Fernando Veríssimo saiba com é feliz por ganhar a vida fazendo o que gosta. Eu tenho que procurar outro emprego pra manter esse corpo funcionando, porque é o que me prende nesse plano.

Fernando Pessoa tinha razão: a vida sonhada vale menos que a vida vivida? Responda você, anônimo leitor.